Nas últimas horas, a contabilidade da pandemia por Covid-19 foi actualizada em seis casos, passando para 58, com o registo de três mortes em consequência do novo coronavírus. Destes 58 casos, 17 estão recuperados.

Sílvia Lutucuta, enquanto porta-voz da comissão interminesterial do Executivo de João Lourenço para lidar com a Covid-19, actualizou em conferência de imprensa os dados relativos à pandemia, durante o balanço diário dos números da doença no País, esclarecendo que os seis casos foram diagnosticados na cerca sanitária do Futungo.

Estes novos casos estão relacionados com o paciente 26, têm idades entre os 9 meses e 95 anos, são todos do sexo feminino e estão assintomáticos.

Sílvia Lutucuta explicou também que a morte mais recente, de um homem de um 82 anos, regressado de Portugal em Fevereiro, quando não existiam casos positivos naquele país, continua em investigação, para permitir aferir se é um caso de transmissão local ou comunitária.

As equipas de vigilância epidemiológica rastreiam agora as pessoas que estiveram em contacto com a vítima mortal, a enfermeira contaminada, e os seis novos casos identificados no Futungo, com excepção dos familiares directos, que se encontram em quarentena institucional.

As autoridades sanitárias avaliam a possibilidade de ser posta uma cerca sanitária na cidade do Sequele, concretamente no prédio em que vive a enfermeira, disse ainda a ministra, acrescentando que a decisão vai depender do resultado da investigação na zona.

"Há critérios para a colocação de cerca sanitária", afirmou Sílvia Lutucuta.

Até à data foram colhidas cerca de 10.000 amostras, das quais 58 foram confirmadas como positivas e 6.693 como negativas.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.