A Itália lidera o número de mortes (12.428) em 105.792 infectados, seguida de Espanha, com 8 464 óbitos, em 95.923 casos de infecção confirmados.

A França contabiliza 3.532 mortes em 52.837 casos, os Estados Unidos 4.081 mortes e 189.633 casos, e a China continental regista 3.316 mortes e 82.308 casos.

Nos Estados Unidos(EUA), foi registado, só num dia (terça-feira), um recorde de 865 mortes, de acordo com uma contagem efectuada pela Universidade Johns Hopkins. No mesmo dia, o ex-Presidente norte-americano, Barack Obama, atirou-se ao seu sucessor, Donald Trump, acusando-o de ter ignorado os avisos sobre uma pandemia.

"Todos nós, de uma maneira terrível, assistimos às consequências causadas por quem ignorou os avisos sobre uma pandemia", escreveu o ex-Presidente na rede social Twitter.

"Não nos podemos dar ao luxo de sofrer outras consequências provocadas por quem nega as mudanças climáticas. Cada um de nós, principalmente os jovens, deve exigir mais dos nossos líderes em todos os níveis e votar em conformidade nas próximas eleições ", defendeu.

Nos EUA a situação é de tal modo grave em estados como o de Nova Iorque, que o governador Andrew Cuomo tem lançado veementes pedidos de ajuda porque as estruturas de saúde locais estão a rebentar pelas costuras, prometendo mesmo que quando tudo passar, Nova Iorque vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para retribuir os favores que agora receber nesta "guerra" contra a pandemia.

Um dos pedidos é que todos aqueles, enfermeiros e médicos, que não estejam com uma crise em mãos, se desloquem para Nova Iorque de forma a ajudar os seus colegas locais que estão a fazer turnos de 12 horas sucessivos, com casos graves de exaustão a sucederem-se uns aos outros.

Quem se prontificou a ajudar os EUA foi o Presidente russo, Vladimir Putin, que esta quarta-feira enviou um avião de carga do Exército com equipamento médico, incluindo máscaras, para ajudar os norte-americanos no combate ao novo coronavírus, operação elogiada por Donald Trump, que considerou o gesto "muito simpático".

No entanto, a operação, a que o Kremlin se refere como "ajuda humanitária", levou os críticos do Presidente Donald Trump a acusá-lo de participar na propaganda russa.

Depois de surgir na China, em Dezembro do ano passado, o surto de coronavírus espalhou-se pelo globo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

No continente africano, a África do Sul é o país mais afectado, com 1.353 casos e cinco mortos entre estes.

Angola, com sete infecções confirmadas, das quais resultaram duas mortes, sendo que um dos pacientes já recuperou totalmente, permanece como um dos países onde, oficialmente, o número de vítimas é mais baixo no continente.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.