Os relatos de desaparecimento de mulheres em Luanda, e das respectivas viaturas, que nos últimos dias se sucedem nas redes sociais, com destaque para o Facebook e WhatsApp, não resultam de uma onda de raptos na capital do país, diz ao Novo Jornal Online fonte do Gabinete Provincial de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior.

De acordo com a mesma fonte, as pessoas estão a publicar informações falsas nessas plataformas, que têm criado a ideia de um surto de sequestros em Luanda visando mulheres ao volante.

"O que acontece na realidade é que os delinquentes sabem ou dão conta que as vítimas têm um cartão Multicaixa com dinheiro. Então, surpreendem-nas na via pública e andam com as mesmas, obrigando-as a levantar dinheiro. Isso não é rapto", sublinha a fonte do Ministério do Interior.

Ainda segundo a mesma fonte, muitos dos casos decorrem da falta de prudência das vítimas, pelo que as autoridades apelam a cautelas redobradas.

"As mulheres não têm precaução, andam com tudo na pasta, dinheiro, cartão Multicaixa com o código, telefones caros...", descreve a fonte, acrescentando que, para piorar, as vítimas mantêm "o hábito de deixar as pastas à vista nos carros", o que permite aos bandidos controlarem os seus passos.

"É simplesmente isso que está a acontecer em Luanda. O Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, não recebeu nenhuma denúncia que fizesse referência à prática de raptos", desvaloriza a fonte do Gabinete Provincial de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior.

Para esta fonte, tem havido também uma grande confusão de conceitos.

"Rapto exige que os delinquentes peçam o resgate", sublinha, garantindo que isso não tem acontecido, tal como não aconteceu no caso de Beatriz Fernandes, ex-apresentadora da TPA encontrada ontem morta.

"Neste momento as investigações estão a decorrer sobre este caso", refere a fonte, que promete fornecer mais esclarecimentos em breve.

O corpo de Beatriz Fernandes foi encontrado no Km30, após um alerta lançado por familiares.

"Acreditamos que se trata de um assalto ou sequestro, a minha tia saiu do serviço, foi para casa e, depois, a caminho do hospital para ver o seu pai que se encontra internado na clínica da Endiama" desapareceu, lê-se numa mensagem partilhada no Facebook.

Na mesma publicação, refere-se que a vítima estava acompanhada dos dois filhos, que conseguiram escapar, tendo sido encaminhados para uma esquadra policial.