O hospital provincial de Saurimo registou quatro mortos em 24 horas e quase 110 novos casos suspeitos de contaminação por sarampo, disse no Sábado o secretário de Estado da Saúde Pública durante uma abordagem a esta situação de emergência, que o levou à Lunda Sul nos últimos dias para se inteirar da situação.

Uma das vertentes da resposta das autoridades sanitárias nacionais foi colocar equipas médicas em todos os municípios da Lunda Sul, com equipamento e doses de vacinas contra esta doença contagiosa que afecta com mais severidade as crianças que não estão vacinadas. Desde 2010 que não eram registados casos nesta província.

Como lembrava no passado dia 04 o director do Gabinete Provincial da Saúde, Isaac Txozo, para atender às necessidades dos pacientes que diariamente afluem ao hospital municipal de Saurimo, a unidade teve de ser isolada e adaptada para casos de sarampo.

O director do Gabinete Provincial da Saúde disse ainda que para além da campanha intensiva de vacinação nas escolas, mercados e em todas unidades sanitárias, foram recrutados alguns técnicos, tendo em conta o número reduzido de enfermeiros destacados no hospital municipal.

Logo a seguir, o secretário de Estado da Saúde, José Cunha, chegou a Saurimo com uma equipa de mais de 30 técnicos, médicos e técnicos de diagnóstico, com milhares de doses de vacina e outros medicamentos para tratamento desta doença altamente contagiosa, sendo que o objectivo final é atingir 80 mil pessoas imunizadas.

O raio x à situação na província revela, segundo o governante, uma menor intensidade no contagio, o que configura um "quadro mais animador" devido à maior rapidez no ataque aos focos da doença e, como disse citado pelo JA, "eficiência no tratamento dos pacientes, formação de vacinadores e mobilizadores para a mega campanha, que inicia hoje, de imunização de mais de 80 mil crianças, dos zero aos cinco anos".

Todavia, desde que o surto foi declarado, já foram registados cerca de 1500 casos e 51 óbitos, sendo uma das principais dificuldades o acesso com meios humanos e vacinas a algumas das áreas mais isoladas da província da Lunda Sul, como é o caso de Muconda, a 180 quilómetros da capital provincial, incluindo, para além dos médicos, as centenas de voluntários das FAA, das igrejas e de outros sectores.