As aulas no ensino geral e superior estão suspensas desde o dia 24 de Março. Três dias antes, as autoridades sanitárias do país haviam confirmado os primeiros casos positivos de Covid-19. A medida de prevenção, que veio a ser reforçada com a declaração do estado de emergência, levou a que gestores escolares do país adoptassem como metodologia de ensino aulas à distância, de modo a salvaguardar o ano lectivo.

Diante do cenário, pais, encarregados de educação e estudantes têm questionado sobre a modalidade a ser implementada no pagamento de propinas. Por exemplo, questiona-se se se vai ou não pagar/cobrar as propinas referentes ao mês de Abril.

Manuel Kinavuidi tem dois filhos numa das escolas públicas do país. Diz não ser justo pagar a propina de Abril, tendo em conta que as aulas só poderão ser retomadas quase a meio do mês.

Contactado pelo Novo Jornal, o secretário de Estado para o Ensino Pré-Escolar e Geral, Pacheco Francisco, explicou que está em discussão uma solução em relação ao pagamento das propinas. E que inclusive foi remetida uma proposta à ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira. Pacheco Francisco garante que nos próximos dias será divulgada a decisão final.

Por sua vez, a directora do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia (MESCTI), Antónia Djamila, esclareceu que a instituição ainda não chegou a uma conclusão.

"É um assunto em carteira no ministério. Está a ser tratado com as Associações das Instituições do Ensino Superior Privado Angolano (AIESPA) e dos Estudantes das Universidades Privadas de Angola (AUEPA)".

Ao contrário de outras realidades, como a de Portugal, por exemplo, onde os alunos foram de quarentena, mas têm tido aulas online, em Angola, de acordo com secretário-geral do Sindicato dos Professores de Angola, a maior parte dos alunos do ensino geral está sem tarefas orientadas.

Guilherme Silva explica que a situação se deve ao anúncio repentino do estado de emergência, que não deu tempo para que os docentes recomendassem trabalhos para a casa.

No ensino superior, os estudantes tiveram apenas três semanas de aulas antes do seu encerramento forçado. A solução encontrada por algumas instituições foram as vídeoaulas e/ou a elaboração de trabalhos que vão contar como avaliação. Mas levanta-se um problema: nem todos têm acesso à Internet ou a outros equipamentos.

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