A cifra de 500 mil armas de fogo recolhidas pelo programa de desarmamento entre os civis foi revelado pelo seu coordenador, Paulo de Almeida, numa cerimónia integrada neste processo em Ndalatando, no Kwanza Norte.

Uma das questões vincadas pelo comissário-chefe na cerimónia integrada na semana nacional de desarmamento, que tem como referência o lema "se és consciente, desarma a tua mente", é a constatação de que os civis que ainda possuem armas de fogo em suas casas "teimam em resistir" a verem-se livres delas entregando-as às autoridades.

Por um lado, como refere ainda o oficial, muitas destas armas acabam por ir parar às mãos de criminosos e são utilizadas na prática dos mais diversos crimes, mas, por outro, como tem sido sublinhado por sociólogos ao longo dos últimos anos, as pessoas tendem a querer manter consigo as armas porque isso lhes transmite uma falsa sensação de segurança consolidado, na maior parte dos casos, no tempo da guerra.

Para além de insistir no pedido para que as pessoas entreguem as armas voluntariamente às autoridades, Paulo de Almeida, citado pela Angop, apelou ainda para que os cidadãos denunciem aqueles que teimam em manter armas ilegais na sua posse.

E, ainda no mesmo tom, exortou os órgãos de defesa e segurança para que reforcem o sistema de controlo e fiscalização dos armeiros das respectivas unidades para evitar que também essas acabem nas mãos de criminosos.

A celeridade no julgamento de indivíduos detidos por posse ilegal de armas e o reforço da moldura penal para estas situações são ainda pontos incluídos nas prioridades para debelar este problema na sociedade angolana que tem no crime e na posse de armamento ilegal como um dos factores que entravam o seu desenvolvimento.