Uma comissão de inspecção tinha recebido ordens do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, para que, num prazo de 45 dias, contados a partir de 13 de Junho de 2016, apresentasse o relatório sobre a situação referente aos exercícios económicos do Ministério da Saúde desde 2015, mas até aqui, com seis meses praticamente passados, os resultados ainda não foram apresentados.

A inspecção tinha como objectivo fazer o levantamento do paradigma de aquisição de medicamentos e verificação dos mecanismos de distribuição dos mesmos, bem como identificar os seus fornecedores e respectiva situação fiscal.

"Estamos ansiosos com os resultados dessa inspecção. Mas o ano está prestes a finalizar e não há resultados da referida inspecção", queixam-se alguns funcionários do Ministério da Saúde.

Quem não está surpreendido com o silêncio é Sediangany Mbimbi, do PDP-ANA, afirmando que, "em Angola, quando se trata de processos sensíveis, nunca se obtêm resultados. Mas isso não é novidade. Aqui as coisas funcionam assim".

Um dos sindicalistas ligados ao sector da Saúde, que pediu o anonimato, lamentou igualmente o silêncio que se observa neste processo de inspecção. "Pelo menos, o Presidente da República cumpriu o seu papel. Agora cabe à IGAE pronunciar-se sobre o assunto", defendeu, salientando que, nos anos de 2015 e 2016, o Executivo disponibilizou milhares de dólares para o sector, mas, "infelizmente, a gestão foi deficiente".

Segundo a direcção da UNITA, Angola está a atravessar uma situação de crise sanitária, com os hospitais a registarem um enorme afluxo de doentes, devido a várias doenças, principalmente a malária, que provoca a morte de milhares de pessoas.