Como porta-voz da comunidade internacional para pedir à China maior firmeza nas exigências à Coreia do Norte, surgiu o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, que defendeu que Pequim pode fazer mais para controlar o seu aliado em Pyongyang e obrigá-lo a interromper o ciclo de testes e ameaças através do seu programa de mísseis com capacidade nuclear.
Se a China interromper o fornecimento de combustível à Coreia do Norte o país deixa de poder funcionar devido à sua total dependência da boa vontade de Pequim nesta matéria, sendo considerada essa a melhor forma de resolver o problema sem recurso a uma perigosa intervenção militar, como o Presidente dos EUA já disse que é uma forte possibilidade.
Na resposta a este desafio australiano, a China já veio a público perguntar se os EUA, Austrália e outros países ocidentais estão mesmo a fazer tudo com o que se comprometeram ou se estão apenas a contar com Pequim para resolver o problema.
Problema que o regime de Pyongyang já disse por diversas vezes que foi criado pelas permanentes ameaças dos EUA e da Coreia do Sul e que o seu programa nuclear e de mísseis balísticos é apenas uma forma de garantir a sua defesa e um escudo às intenções inamistosas dos "inimigos" que visam destruir o regime de Kim Jong-un.
"A China prometeu deixar de comprar carvão e ferro à Coreia do Norte, mas pode ir mais longe e cortar-lhes o combustível", afirmou Malcom Turnbull a uma rádio australiana, acrescentando que Jong-un seria, por essa via, obrigado a fazer marcha-atrás porque "deixaria de ter condições para sobreviver".
Este reforço de exigências e sanções sobre a Coreia do Norte acontece depois de este país ter, em sequência com outras dezenas de testes, disparado um míssil que sobrevoou o território japonês, tendo esta acção sido vista como o elevar a crise na Península Coreana para um patamar de perigo onde não estava há décadas.
De imediato Donald Trump disse que a fase das palavras tinha acabado e que os norte-coreanos só entendem a linguagem das acções, renovando as ameaças de intervenção militar.
Apesar dos esforços diplomáticos de Pequim e de Moscovo para que as linhas de diálogo sejam mantidas com Pyongyang, a verdade é que todos os cenários estão em aberto, inclusive o início de uma guerra que pode conduzir ao recurso a armas nucleares.