As tomadas de posse na Cidade Alta devem servir, acima de tudo, para passar uma mensagem de estabilidade, harmonia e de confiança aos cidadãos e às instituições que os representam. Elas não devem servir para responder às redes sociais ou para revelar informações que estão sob responsabilidade de órgãos como a PGR. Ter o Poder Político a "julgar" publicamente o Poder Judicial por via de comunicados, recados ou mensagens em cerimónias solenes é confirmar uma crise institucional que até bem pouco vinha sendo negada. É que a PGR e o Conselho Superior de Magistratura que há muito se deviam pronunciar permanecem no silêncio ou "silenciados", e o Poder Político, que devia fazer certo esforço de contenção, é que se vai pronunciando sobre as makas no Poder Judicial. É o avesso das coisas, expressão usada pelo poeta Carlos Drummond de Andrade.