Durante os anos de governação, apesar de todo o poder e autoridade, para além de ser muito reservado, José Eduardo dos Santos (JES) foi um homem só, um homem preso à sua rotina, que viveu no seu mundo e com os seus e que nem mesmo assim foi capaz de controlar o seu próprio destino e das coisas à sua volta. Foi esvaziado pelo tempo, pela falta de poder, pelo sistema que ele próprio criou e alimentou e pelas desilusões. Foi abandonado e desonrando por muitos dos seus camaradas, compatriotas e companheiros de luta, passou a ser um Presidente Emérito sem mérito. Dez meses depois do seu desaparecimento físico, JES é o morto que fala e cujos "recados" estão no livro "Confissões de um Estadista", do casal Solange Faria (psicógrafa) e Benja Satula (redactor e organizador), que será lançado no próximo dia 09 de Junho, em Lisboa.