A dois meses das eleições gerais de 23 de Agosto, que vão escolher o terceiro Presidente da República da história de Angola, Maria Eugénia Neto revela não ter grandes expectativas em relação ao escrutínio.

"Que tudo corra bem e que ganhe o melhor", diz a viúva de Agostinho Neto, em declarações à agência Lusa, apelando à união e reflexão nacional.

"Que seja um momento de inclusão, porque este país tem de facto de se unir para que daqui a bocado não se divida aos bocados. Portanto, espero que faça reflectir todos, não só os do MPLA como os da UNITA, dos outros partidos, que faça reflectir todos, porque todos são angolanos", exorta.

Para além de apontar para o futuro, a antiga primeira-dama revisita o passado, para recuperar algumas das principais ideias do primeiro Presidente do país.

"O último pensamento do Presidente Neto foi a constituição da Assembleia do Povo, para pôr o povo a falar, não era para as coisas irem feitas e cozinhadas, era para o povo falar. Há necessidade de se dar celeridade para as coisas caminharem", assinala.

Maria Eugénia Neto lembra ainda que a agricultura sempre foi a "palavra de ordem" do primeiro Chefe de Estado: "Ele frisou bem, a agricultura é a base e não se tomou muito em conta. Havia o petróleo e o petróleo era só meter a mão no saco e já estava, e foi um grande erro", lamenta.

Para a viúva de Agostinho Neto "aconteceu muito pouco" desde a primeira presidência do país, em termos de diversificação da economia, defendendo a necessidade de se "corrigir e de se criticar positivamente".