"Gasta-se muito e o retorno... até prefiro nem falar disto, porque não existe", lamenta Poly Rocha, o comandante do grupo, acrescentando que, em 2018 e 2019, anos em que a agremiação ficou na primeira posição do Carnaval da capital, os gastos com a preparação rondaram, respectivamente, os 10 e 12 milhões de kwanzas, mas o prémio esteve fixado em três milhões.

Vencido pelo histórico União Mundo da Ilha - que reforça, assim, o estatuto de grupo com mais títulos, totalizando 14 conquistas -, o Carnaval de Luanda é criticado também pelos responsáveis dos grupos Jovens da Cacimba, Kazucuta do Sambizanga e 17 de Setembro. Por terem ficado fora dos «top 5», as três organizações não recebem qualquer prémio monetário, com excepção de um milhão e quinhentos mil kwanzas de subsídio de apoio, recebidos com atraso, conforme já havia noticiado o Novo Jornal na edição 619, de 24 de Janeiro.

"O prémio, na classe A, já devia rondar, no mínimo, os 10 milhões de kwanzas ", apela Inácio Domingos, presidente do União 17 de Setembro, que vê a sua «queixa» reforçada por Pedro Mateus, do grupo União Kazucuta do Sambizanga: "O que os grupos recebem, seja como subsídio de apoio, seja como prémio pela vitória, é muito pouco. Todos os anos, somos obrigados a fazer kilápis, sacrificando tudo, inclusive as propinas dos filhos".

As queixas e críticas relativas ao Carnaval, no país, não se «confinam» aos participantes dos desfiles. Por exemplo, na noite da última terça-feira, 25, ao participar do programa Debate Livre, da TV Zimbo, o professor e jornalista Jomo Fortunato defendeu a "industrialização" dos adereços usados nos desfiles, com vista a que o Carnaval se torne "vendável e turístico".

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