A novela que envolve o jovem escritor Lourenço Mussango, ao qual foi retirado o prémio Literário António Jacinto (edição 2020), por plágio, está longe de ter um fim, já que o escritor brasileiro Paulo Cantarelli, o plagiado, garantiu, em exclusivo ao Novo Jornal, que mantém a sua estratégia de mover uma acção em tribunal contra o angolano, tendo já os seus advogados contactado um escritório internacional que lida com questões de direitos autorais.

Questionado se nada pode fazer para eventualmente o assunto ser resolvido fora das lides judiciais, Paulo Cantarelli disse que não o fará, argumentado que "se ele [Lourenço Mussango] tivesse sido humilde e reconhecido o que fez e não começasse a difamar a minha pessoa, talvez não entrasse com uma acção por via judicial. Mas agora que tentaram danificar a minha imagem, para sair impune de um crime, vai haver processo", assegurou o entrevistado, sem revelar o nome do escritório de advocacia internacional com quem vai trabalhar.

Paulo Cantarelli disse que não quer ganhar dinheiro com o caso, mas, sim, ver punido Lourenço Mussango pelo que fez. "O sujeito é um criminoso, cometeu um crime contra mim, foi um crime público. Ele não copiou o meu conto no âmbito privado sem ter publicação nem nada".

Todavia, o escritor da terra do Samba atesta que, se houver reparação dos danos, não se referindo, entretanto, à indemnização financeira, aceitará dialogar, seja com o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, tal como com o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC), promotor do prémio Literário António Jacinto.

"Aqui no Brasil, por exemplo, se existe um material plagiado ou então pirateado ou reprodução ilegal de direitos autorais, esse material é confiscado, queimado e tirado de circulação do mercado. Então, a meu ver, uma das maneiras de se fazer uma reparação para o que foi feito comigo é retirar esse conto da circulação do livro, da edição, enfim. Acho que isso seria um começo", indicou Paulo Cantarelli.

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