As fontes deste jornal revelaram que Lopes Paulo queria que, por exemplo, alguns responsáveis do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado (MATRE), liderados por Marcy Lopes, fossem às províncias sem contactar o responsável ministerial. Este cenário criou um irritante entre si e o ministro do MAT, ao ponto de este último, numa reunião, ter questionado quem era, de facto, o secretário do PR dentro do processo.
Na verdade, o Decreto Presidencial n.º 125/20, de 4 de Maio, que aprova o Programa de Fornecimento de Protecção Social - transferência social monetária, acentua que "aos ministros da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e da Administração do Território são delegadas competências para praticar todos os actos necessários à implementação do Programa, incluindo autorizar despesas e aprovar, nos termos da lei, a realização dos procedimentos de contratação pública".
Quanto ao secretário do PR para os Assuntos Económicos, o decreto estabelece que este tem a competência, apenas, de fazer o acompanhamento do programa de transferências sociais monetárias e fortalecimento da protecção social.
De acordo com as nossas fontes, Lopes Paulo «atropelava» os seus limites, não obedecia à estratégia de comunicação traçada pelo subgrupo de comunicação, ao ponto de conceder entrevistas que contrariavam o programa, causando, por isso, confusão às pessoas ligadas ao programa.
No N"zeto, por exemplo, no lançamento do «Kwenda», Lopes Paulo fez um discurso que foi interpretado como querendo ofuscar o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, que era seu superior hierárquico, procurando esvaziar o discurso do primeiro", confidenciaram as fontes.
No relacionamento com as autoridades locais, como governadores e administradores, Lopes Paulo é acusado de os ter ameaçado de despedimento, caso não aprovassem a tempo o Centro de Acção Social Integrado (CASI), no N"zeto. "O homem chegou a ameaçar demitir até vice-governadores", garantiram os nossos interlocutores.
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