A Distell, que lidera o sector de vendas de bebidas espirituosas, nomeadamente whisky, vinhos e cidras no continente africano, sendo igualmente produtor, com as marcas Nederburg (vinhos) Three Ships Whisky no leque de ofertas, justificou, em comunicado de imprensa, as quedas substanciais nos seus resultados do semestre com o mau comportamento nos mercados angolano e zimbabueano.

No que diz respeito a Angola, a empresa multinacional sul-africana nota que a desvalorização do Kwanza em mais de 50% foi um factor decisivo para os resultados do semestre, aos quais se juntam, em ambos os países, a inflação e a fragilidade das respectivas economias.

Isto, recorde-se, como o NJOnline já avançou, foram igualmente as razões para outras más prestações de empresas sul-africanas em Angola, como a Nampak, empresa líder em África na área das embalagens em cartão, vidro e plástico.

Citado pelo Business Day, o analista Anthony Geard disse numa nota aos clientes que estes problemas em Angola e no Zimbabué "eram esperados mas nem por isso menos dolorosas", sendo que, adiantou, mostram de forma clara o custo de fazer negócios em África, no geral".

Mas sublinhou que este impacto na Distell não deve ser visto como o mais sério, visto que as empresas do ramo das bebidas alcoólicas "é normalmente menos severo que nas ligadas ao sector alimentar, por exemplo", o que o leva a recomendar manter a aposta nestes mercados pela forma como se espera que venham a crescer nos próximos anos, como de resto se espera que aconteça em quase todo o continente.

O mesmo que diz o CEO do Grupo Distell, Richard Rushton, que garante que estes resultados não reflectem o que o grupo pensa destes mercados, que é um "sentimento de confiança no futuro" bem como nos restantes países africanos.

"Em Angola aumentamos o volume do nosso investimento, o que firma a nossa crença de que o negócio vai melhorar em conformidade com as reformas estruturais que estão em curso no país", disse ainda o CEO do Grupo Distell.