Esta perspectiva optimista para a economia de Angola, que é uma das mais afectadas pela crise que se instalou em todo o mundo com o avanço da pandemia, especialmente através da queda a pique do valor do crude nos mercados internacionais, é admitida numa nota da FItch Rankings, onde, citada pela Lusa, sublinha que o País é, "de longe", o mais beneficiado.
Esse benefício poderá chegar aos 2,6 mil milhões de dólares norte-americanos.
Nesta nota da Fitch Rankings é ainda avançado que apenas 5 dos 22 países na lista das avaliações desta agência estão em condições de beneficiar desta iniciativa do G20 denominada Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) e que Angola, com 4,3% do seu PIB, lidera os que mais poderão tirar proveito.
A lista de países, para além de Angola, em África abrange ainda Moçambique, República do Congo, e o objectivo da DSSI é permitir uma folga nestas economias atoladas em problemas no rasto da pandemia da Covid-19 ao suspender os pagamentos da dívida bilateral até 31 de Dezembro deste ano, para já.
Para já, porque está ainda em cima da mesa a possibilidade de prolongamento desta iniciativa para 2021 tendo em consideração que os efeitos nefastos da crise pandémica estão longe de chegar ao fim e nalguns países, incluindo Angola, os seus efeitos estão a agravar-se.
Isso deverá ficar definido na reunião do G20 prevista para Novembro, o que coincide no tempo, segundo as previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS), e de acordo com os gráficos dos medidores globais do avanço da Covid-19, com uma nova escalada da infecção, o que corresponde à chegada do frio do Inverno no hemisfério Norte, onde estão as grandes economias mundiais.
Como recorda a Lusa, até agora, foram mais de 40 os países, incluindo os lusófonos Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola, que pediram para participar nesta iniciativa, que não abarca a dívida a credores privados, que teria de ser tratada separadamente.
"O G20 encorajou os investidores do sector privado para darem alívio de dívida em linhas similares às do alívio providenciado ao abrigo da DSSI, mas isto não é um requisito para a participação", nota a Fitch, acrescentando que "até agora nenhum dos países que participam na DSSI disse publicamente que iria tentar ter um tratamento similar dos credores privados, o que reflecte, em parte, as preocupações sobre o acesso aos mercados financeiros".
À excepção da Moody's, as outras duas principais agências de notação financeira consideram que a participação na iniciativa não implica necessariamente uma descida do 'rating', mas a Moody's argumenta que a participação implica um enfraquecimento da posição financeira e, por conseguinte, uma descida no 'rating'.
"A DSSI foca-se apenas na dívida aos credores oficiais, que não é coberta pela definição de 'default' da Fitch", salientam os analistas.