Mais de um ano depois de ter descrito a Sonangol Pesquisa & Produção (Sonangol P&P), como a empresa do grupo Sonangol que apresentou "as maiores debilidades de gestão e consequentemente de desvios financeiros" - diagnóstico que sustentou a exoneração da sua comissão executiva, então liderada por Carlos Saturnino - Isabel dos Santos vem dar expressão numérica a essa avaliação.

Segundo a empresária, a gestão do hoje PCA da petrolífera nacional na Sonangol P&P - que durou pouco mais de um ano - foi responsável por uma perda de 859 milhões de dólares.

"Isto representa, nas suas próprias palavras, não só um avião mas uma frota inteira", diz a gestora num vídeo publicado no recém-lançado site Factos-Sonangol.

Na mensagem, Isabel dos Santos responde à acusação que lhe foi dirigida por Carlos Saturnino de ter gasto em consultoria o suficiente para "dar um avião novo à Sonair" e ainda comprar "peças sobressalentes", tendo em conta que um "Boeing de última geração 737, custa à volta de 112 milhões de dólares".

"O seu comentário em relação ao avião que poderia ter comprado se não tivesse investido em consultores seria cómico se não fosse tão prepotente e manipulador", sublinha a empresária, acrescentando que sem o recurso à consultoria - que em ano e meio custou 135 milhões de dólares - "nem um bilhete em classe económica no seu Boeing imaginário" Saturnino teria hoje capacidade de comprar.

"A empresa continuaria na situação descrita pelo Dr.[Francisco de] Lemos, meu antecessor, em 2015. Ou seja, estaria falida", defende a bilionária.

As contas da anterior e do actual PCA da Sonangol parecem, assim, "condenadas" a não bater certo.