Com uma tripulação de 12 cientistas e 16 tripulantes, a embarcação vai realizar trabalhos de pesquisa para permitir conhecer as diversidades de recursos marinhos, o ecossistema e pesca.
Esta é a primeira embarcação do género adquirida por Angola. Antes da sua chegada, a então ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto, afirmou tratar-se de um navio " com grandes valências na investigação científica".
Ainda de acordo com a ex-ministra Victória de Barros Neto, o navio "Baía Farta" serviria também como "barco-escola", proporcionando formação em alto-mar na área da investigação marinha.
"O navio será de grande importância, não só para a comunidade científica de Angola, como também para toda a comunidade científica internacional, uma vez que Angola está localizada entre as duas grandes correntes oceanográficas, a de Benguela e a da Guiné, compartilhando deste modo com os países que partilham estes grandes ecossistemas os mesmo objectivos, desafios e soluções", enfatizou, na altura, a governante.
A agência Lusa noticiou em Julho passado que o banco holandês ING iria financiar a aquisição deste navio de investigação científica por parte do Ministério das Pescas de Angola, negócio que se arrastava desde 2014, fechado por 80 milhões de dólares.
De acordo com um documento do Ministério das Finanças consultado então pela Lusa, o financiamento bancário à aquisição do navio aos estaleiros, do grupo Damen, também holandês, foi fechado no primeiro trimestre de 2016 e cobriria quase 90 por cento do investimento necessário.
A aquisição do navio de investigação científica, denominado "Baía Farta" - uma das maiores áreas de pesca de Angola, na província de Benguela -, já tinha sido autorizada por despacho presidencial de Outubro de 2014, ainda por José Eduardo dos Santos.
Contudo, a falta de financiamento, devido à crise financeira e económica que entretanto afectou o país, travou o negócio.
De acordo com informação da Damen consultada pela Lusa, este será um dos navios tecnologicamente mais avançados do género e a sua construção "minimizará" o ruído subaquático, acústico interno e vibrações, garantindo assim níveis de silêncio necessários para a investigação científica dos recursos naturais marinhos.
O navio, de 74 metros de comprimento e uma velocidade de 13 nós, visa, segundo o Governo angolano, o estudo, identificação, conservação, uso sustentável e monitorização dos recursos biológicos e ecossistema marinho.
Também será utilizado para "contribuir para a sustentabilidade e garantir a conservação dos recursos biológicos aquáticos e do ecossistema marinho", lia-se no despacho assinado em 2014 pelo então Presidente, José Eduardo dos Santos.