Francisco Queiroz afirmou ainda, na abertura do 6º Conselho Consultivo do Ministério da Geologia e Minas, que a urgência da implementação destes projectos resulta da necessidade de diversificação da economia e da criação de fontes de receitas fiscais e do aumento da entrada de divisas no país.

Dos 23 projectos a criar em breve, segundo Francisco Queiroz, embora sem apontar valores de investimento inicial, cinco são de diamantes, quatro de ouro, dois de ferro, dois de fosfatos, um de cobre e nove de rochas ornamentais.

O sector mineiro é claramente uma das apostas fortes do Governo para remodelar o sector produtivo do país, libertando-se da dependência do petróleo, contando para isso, como o próprio ministro admite, com o Plano Nacional de Geologia (Planageo), que é, dito de forma simples, um mapa pormenorizado dos recurso minerais de Angola em todo o território, que está a ser elaborado com os institutos de geologia de Portugal e de Espanha.

Francisco Queiroz tem-se desdobrado em "road shows" em diversas capitais africanas, europeias e americanas para mostrar o potencial mineiro do país, tendo um dos mais significativos ocorrido na África do Sul, na Conferência Internacional de Minas (Indaba), que teve lugar em Fevereiro deste ano.

De entre as potencialidades resultantes das descobertas inseridas no Planageo está a informação de que cerca de um terço da internacionalmente conhecida "Copperbelt", uma vasta área rica em cobre e cobalto, até aqui tida como abrangendo apenas a RD Congo e a Zâmbia, está em território nacional.

De acordo com informações transmitidas pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, na África do Sul, no âmbito da última Conferência Internacional de Minas (Indaba) que teve lugar na Cidade do Cabo, e onde Angola apresentou a potenciais investidores o seu Planageo, o país tem cerca de um terço da área Copperbelt (cintura de cobre), cerca de 100 mil quilómetros quadrados, nas suas fronteiras.

Esta informação, desconhecida até há pouco tempo, cuja identificação resultou dos trabalhos inseridos no Plano Nacional de Geologia, que identifica as áreas sensíveis no sector da mineração global do país, foi revelada no Angola Forum Business, que decorreu paralelamente ao programa do Indaba, que é a maior conferência mundial de mineração, na Cidade do Cabo, África do Sul, que tem por objectivo maior o desenvolvimento do sector mineiro no continente.

Neste fórum, Angola, com o Planageo em cima da mesa, atraiu o interesse de diversos investidores, nomeadamente no que respeita à descoberta das chamadas anomalias geológicas, indicadores da ocorrência de condições para o surgimento de potencial mineiro, que vão dos kimberlitos diamantíferos, à existência de veios geológicos a apontar para a exploração de cobre e cobalto, como é o caso da Copperbelt, ou o ferro, na Huíla, entre dezenas de outros "hotspots" mineiros.

Francisco Queiroz disse aos jornalistas que este fórum sobre o potencial de negócio mineiro revelado pelo Planageo despertou intensa curiosidade entre os investidores internacionais presentes na sala: "Foi um primeiro passo. Estamos num processo de divulgação das descobertas que o Planageo está a fazer".

Para além da novidade que foi o anúncio da entrada em território angolano da mundialmente famosa Copperbelt, a partir da qual a Zâmbia obtém uma parte substancial da sua riqueza, bem como a RDC, numa extensão surpreendente, revelando um potencial económico que só estudos mais profundados podem especificar, o governante angolano mostrou ainda aos investidores outros potenciais focos de interesse.

Um dos exemplos foi a áreas de Cassinga, (Jamba, Huíla), cuja extensão total abrange ainda a província do Kuando Kubango, considerada muito rica em ferro, ou as ocorrências geológicas (kimberlitos), que se prolongam das Lundas, Norte e Sul, para Malanje, Bié e Huambo, ou ainda o Cazombo, no Moxico.

Este esforço traduzido pelo Planageo, e esta apresentação feita na Cidade do Cabo, têm apenas um objectivo, como adiantou o ministro, que é captar investimento e, a partir das riquezas naturais nele contidas, contribuir para alterar a base económica do país.