A cidade de Luanda está a ser invadida por numerosos estabelecimentos de venda de carne bovina. São uma espécie de talhos de pequena dimensão, enquanto os espaços de outrora foram substituídos por unidades de venda a grosso de frescos, apurou o NJ.

Espalhados um pouco por toda a cidade, muitos dos quais sem o mínimo de condições de higiene e salubridade, a agravar o quadro, escasseiam equipamentos apropriados de conservação, numa altura em que a Covid-19 prolifera, denuncia um especialista ligado aos serviços veterinários, contactado por este semanário, mas que pediu anonimato.

"Em Luanda, quase não há peixarias e os poucos talhos existentes não têm o mínimo de condições para o exercício da actividade", sublinhou o técnico.

Da ronda que o NJ efectuou a alguns desses estabelecimentos, constatou a prática de preços díspares entre si, cujos níveis de vendas se revelam aceitáveis, enquanto outros estão desprovidos do produto, mas, maioritariamente, comercializam unicamente carne de vaca, por opção dos proprietários. A falta de documentos que comprovem a legalidade da actividade é outra lacuna constatada nalguns estabelecimentos. Outros ostentam licenças de cantinas.

Por exemplo, o talho «Ciseo Comercial», situado no bairro Cassenda, é uma pequena loja de venda de carne de vaca fornecida pelos matadouros do Benfica, do Morro dos Veados e pelo mercado do Quilómetro-30, onde a escassa oferta do produto era visível, armazenada em três arcas e num pequeno frigorífico industrial.

Ali, o quilograma de carne limpa ou para bife é comprado a 3.500,00 Kz, enquanto a mesma quantia de carne com osso custa 3.000,00 Kz. A carne denominada «peito alto» é a que mais saída tem. O que resta são ossos para a sopa, que raramente se vende, e a alternativa tem sido os funcionários absorverem o produto a custo zero.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)