Numa declaração à agência de notícias espanhola, EFE, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov lembrou que "numa guerra nuclear não há vencedores".
Dmitry Peskov, na conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência de notícias espanhola EFE, declaração recuperada pela portuguesa Lusa, pediu cautela nas declarações sobre arsenais nucleares.
"Pensamos que toda a gente deve ter muito cuidado com o que diz sobre a questão nuclear", afirmou Peskov, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Donald Trump anunciou na sexta-feira, 01, (ver links em baixo) a deslocação de dois submarinos nucleares da Classe Ohio, com capacidade para transportar 24 Trident, misseis balísticos intercontinentais multi-ogivas, para "zonas apropriadas", que não especificou, em resposta a "comentários provocatórios" do antigo presidente russo Dmitri Medvedev.
Os Ohio são navios submersíveis com capacidade para transportar poder nuclear suficiente para destruir a humanidade tal como a conhecemos.
A ordem de Trump foi dada um dia depois de Medvedev o ter criticado por ter feito um ultimato a Moscovo para acabar com a guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2023. Medvedev considerou o ultimato como "uma ameaça e um passo para a guerra" com os Estados Unidos e advertiu Washington de que a Rússia "não era Israel, nem tão pouco o Irão".
Nessa declaração, Medvedev alertou Trump para o sistema "mão morta", criado ainda no tempo da URSS, que permite, ainda hoje, à Rússia disparar de forma autónoma o seu arsenal nuclear com alvos previamente definidos em caso de ataque nuclear dos EUA inesperado.
Trump disse que ordenou o posicionamento dos submarinos para o caso de as "declarações idiotas e inflamatórias" de Medvedev serem mais do que meras palavras. "As palavras são importantes e podem muitas vezes ter consequências inesperadas, espero que não seja esse o caso desta vez", afirmou.