Os Estados Unidos utilizaram esta quinta-feira o seu poder de veto numa votação no Conselho de Segurança sobre o pedido da Palestina para ingressar na ONU como um Estado de pleno direito, possibilidade rejeitada por Israel.O projecto de resolução apresentado pela Argélia, que recomendava à Assembleia-Geral "que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas", obteve 12 votos a favor, um contra (EUA) e duas abstenções (Suíça e Reino Unido).

O projecto de resolução, que está entre os mais curtos da história deste órgão, realça que o Conselho de Segurança "tendo examinado o pedido do Estado da Palestina para admissão nas Nações Unidas, recomenda à Assembleia Geral que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas", mas para que um projecto de resolução seja adoptado, o Conselho deveria reunir pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

Segundo a Autoridade Palestiniana, que reagiu a este veto, "a política americana agressiva para a Palestina, seu povo e seus direitos legítimos representa uma agressão flagrante ao direito internacional e uma incitação para que continue a guerra genocida contra nosso povo [...] que levam à região ainda mais para a beira do abismo".

Este veto "revela as contradições da política americana que pretende, por um lado, apoiar a solução de dois Estados, mas por outro, impedir a aplicação desta solução" na ONU, acrescenta o comunicado do gabinete do presidente Mahmud Abbas em comunicado, que agradece aos países que apoiaram a adesão plena dos Territórios Palestinianos à ONU.

"O mundo está unido pelos valores da verdade, da justiça, da liberdade e da paz que representam a causa palestina", destacou a Autoridade Palestina.

O pedido palestiniano foi submetido ao secretário-geral em 2 de Abril, na sequência de uma solicitação de 2011 para que o status de Estado-membro fosse adoptado.

Nesse ano, o Conselho de Segurança deliberou sobre a questão, mas não conseguiu reunir consenso em torno do envio da recomendação à Assembleia Geral.

Esta votação acontece em plena guerra na Faixa de Gaza, que dura há mais de seis meses, com mais de 30 mil mortes do lado palestiniano, e que ameaça alastrar-se a outras regiões no Médio Oriente