Com o arranque dos fortes investimentos das marcas Renault-NIssan e PSA (Peugeot-Citroen) no Reino de Marrocos, com duas unidades fabris de grandes dimensões, este país do norte de África deverá, até 2023, segundo um estudo recente do Policy Center for the New South - Centro de Políticas para o Novo Sul, com sede em Rabat, Marrocos, atingir uma produção anual de 700 mil viaturas e em torno de 1 milhão até 2025.

Com essa marca atingida, o que sucederá com a entrada em produção das fábricas da Renault em Tanger, e da PSA, nas imediações de Rabat, ambas planeadas para iniciar produção até 2023, aquele que era uma das marcas distintivas do poderia sul-africano, desaparece, dando a Marrocos esse importante estatuto de maior produtor de automóveis entre os 54 países do continente.

Mas este marco é ainda importante porque a África do Sul, que está a atravessar uma forte crise económica, com um aumento galopante do desemprego, tem vindo a perder vigor económico há vários anos, a ponto de ter cedido essa condições da "farol" continental para a Nigéria, que em 2018 chegou aos 397 mil milhões USD de PIB, enquanto a África do Sul se ficava pelo 366 mil milhões.

A África do Sul, entre algumas das suas medidas mais controversas para lidar com o forte crescendo do desemprego, está, através do seu abrangente programa denominado Black Economic Empowerment (BEE), que visa reequilibrar as oportunidades entre as diversas comunidades no pós-apartheid.

Entre as medidas impostas pelo BEE, está mudar as chefias das grandes empresas, publicas e privadas, maioritariamente dominadas até aqui pela comunidade branca, e ainda nacionalizar propriedades que desde o apartheid eram detidas pela comunidade branca e entregá-las a lideranças negras de forma a repor "justiça" no país que durante décadas, até 1994, viveu num regime racista que segregava os negros, a esmagadora maioria dos cerca de 58 milhões de sul-africanos.