A consagração da Morna cabo-verdiana ocorreu na quarta-feira, em Bogotá, na Colômbia, onde o Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO se reunião pela 14ª vez e adoptou a classificação de bem maior da humanidade.
María Claudia López Sorzano, secretária para a Cultura, Lazer e Desporto da cidade de Bogotá, que presidiu à reunião decisiva, fez o anúncio desta forma: "Declaro a decisão adoptada!".
E foi assim que a Morna subiu aos céus oficialmente, porque foi lá que andou durante décadas através das vozes de Cesária ou Ildo Lobo, numa lista de nomes que remonta às suas origens, crê-se, na ilha da Boavista, em pleno século XIX, e, como os géneros musicais com âncora no arquipélago da morabeza, tem a sua sustentação sociológica no cruzamento das geografias musicais africana, europeia e americana.
Esta é uma data histórica para abo Verde, como o afirmou de imediato o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que se disse orgulhoso deste momento ao mesmo tempo que apontava o feito como um momento extraordinário para o país e a cultura cabo-verdiana, esperando agora que tal permita o aprofundamento do estudo e a divulgação deste género musical.
Como todos os géneros musicais que reflectem a vida dos povos que os criaram, a Morna tem nas dificuldades com que a geografia do arquipélago presenteou as suas gentes, com a sua dispersão pelo mundo, a sua diáspora, entre outras razões profundas, a energia melancólica que dela se solta, nos palcos maiores de Paris ou de Lisboa e nos cantinhos da música populares do Mindelo ou da Praia,