O acidente ocorreu já na sexta-feira, segundo um ONG local citada pelas agências de notícias, mas só hoje ficou confirmado, depois de buscas pelos desaparecidos junto de familiares e locais de residência, que os mais de 50 garimpeiros artesanais desaparecidos, de facto, pereceram com o desabamento da mina.

As fortes chuvas estão na origem do colapso da estrutura lateral desta mina, provocando a erosão da estrutura arcaica que suportava o local, tendo as vítimas ficado soterradas e nenhuma das pessoas que ali se encontravam conseguir salvar-se, segundo as testemunhas.

O líder do município de Kamituga, Alexandre Bundya, citado pelos media congoleses, apontou igualmente como razão para o colapso a chuva torrencial e alertou para a possibilidade de nos próximos dias, devido ao enorme volume de terras que deslizou, poderem surgir novas vítimas.

De acordo com a rádio das Nações Unidas na RDC, a Radio Okapi, até ao fim da manhã de hoje, tinham sido recuperados apenas 18 corpos, apesar de dezenas de pessoas, entre socorristas e mineiros locais, estarem a remover as toneladas de teras desde que ocorreu o colapso.

As autoridades provinciais do Kivu Sul enviaram, entretanto, equipamento pesado para operar nas condições agrestes da região, de forma a terminar rapidamente as operações de socorro e de recuperação de cadáveres.

Esta é uma mina usada por centenas de pessoas que procuram ouro de forma ilegal, por vezes a mando de grupos armados, e, de acordo com as notícias das agências, apesar de se situar em Kamituga, esta mina não está inserida na exploração da empresa canadiana Banro Corporation, que detém a autorização para extrair ouro na zona.

Este tipo de acidentes são comuns no leste da RDC, mas não só, especialmente nas minas de ouro, cobalto e coltão.