Há dezenas de anos - com especial incidência a partir da implosão da União Soviética, a queda do muro de Berlim e o fim de regimes que se proclamavam de democracias populares e/ou de socialistas (que para todos os efeitos constituíam no seu conjunto um efeito dissuasor dos excessos do imperialismo ocidental) que, em qualquer parte do mundo, a nossa natureza de seres humanos é profundamente afectada, sendo-nos retirada aos poucos até a nossa capacidade de pensar e de tomar decisões de vida, individual ou colectiva.

Há dezenas de anos que centenas de profissionais da comunicação social, com coragem, amor à humanidade e muitas vezes com risco da própria vida, denunciam o que está por trás de toda esta maquinação, o que está na origem do retrocesso civilizacional a que vamos assistindo, em praticamente todos os quadrantes geo-políticos.

Neste mês de Junho - em que só tomamos conhecimento da notícia aqui e ali, nos cantos quase ilegíveis dos jornais e nos rodapés das televisões, está reunido o tristemente famoso grupo de Bilderberg. É a elite mundial que se junta, que planifica o que pretende para o globo, que, como sonhava David Rockefeller, semeia as crises definitivas para este nosso mundo.

No auge da última grande crise económica e financeira, chefes de Governo, intelectuais, economistas, apareciam unanimemente a gritar: "Tem de se reestruturar o sistema financeiro internacional para evitar o colapso."

Ao longo do século XX, fomos sendo advertidos por profissionais categorizados e humanistas de todos os quadrantes, da existência "de um poder secreto, ferreamente organizado em nome de um claro objectivo: ter o mundo nas mãos". (Cristina Martín Jimenez)

Estando o mundo inteiro a viver uma verdadeira revolução cultural, económica, tecnológica e religiosa, com um carácter profundamente retrógrado, conservador, xenófobo, com muitas semelhanças com os anos 20 e 30 do século passado, salvaguardadas as devidas proporções, os resultados têm sido claros e à vista de todos: os seres humanos vivem com medo, assustados, perdidos porque não dão conta do que se está a passar e vão perdendo o lugar a que sabiam ter direito neste mundo.

O Clube de Bilderberg está reunido e, hoje com alguma facilidade, logo saberemos os seus intentos para estes dois próximos anos. Vão (tentar) determinar como actuar, como atacar países e povos, regiões e Governos. Como provocar graves crises sociais e económicas. Como submeter mais uma dúzia de países aos seus interesses fascistas, racistas e mundiais.

A coragem jornalista a que fizemos referência, Cristina Martín Jimenez, uma das raras profissionais que vem estudando e denunciado os crimes de Bilderberg há anos, lembra: "O mundo está perdido pelo ódio que semearam em todo o lado. Pelo que instigaram para nos manter sempre em guerra, em estado de medo... Esqueceram-se de uma coisa: o livre arbítrio. Nunca poderão controlar a liberdade da alma. Nem a individual nem a colectiva. Os senhores do mundo odeiam-nos porque nascemos livres e morremos livres"...

Talvez pensando um pouco mais seriamente neste estado de coisas, descubramos que de pouco servem as guerras intestinais que se fazem dentro de instituições, que de nada valem as campanhas insultuosas de uns contra outros, que o poder que cada um de nós possa ter, seria muito importante, útil e vantajoso, se fosse utilizado para o bem comum. Teimosamente, continuamos a acreditar que temos todas as condições para criar, entre nós, se todos nós quisermos, um oásis neste mundo cada vez mais ferido e magoado.