De cima da gajajeira, tem-se uma visão maluca da banda, muito fixe, dá para ver o marco histórico de Kifangondo, o mar cujo aroma salgado abraça a salpicar menha de girafas que ajudam a bondar a sede de quem depende de quem rebenta as estradas com a carga pesada que em passo pachorrento pinga vida no asfalto que já foi repassado bué de vezes, mas que as crateras continuam a nascer tipo tortulho em tempo de chuva. Dá para ver ainda a colina, onde em 75 os tanques ajudaram a garantir a defesa da dipanda na histórica batalha de Kifangondo. Também é possível ver ao longe o Panguila, que já foi Luanda, e onde as barracas de pau a pique fazem moda à beira da estrada e convidam os transeuntes a entrarem e saborearem os manjares que a lagoa e o campo oferecem de forma abundante e inebriam com alegria a lucidez de quem arrisque mergulhar a língua nas espumas a estalar do famoso maruvo que vem a deslizar nas curvas do Bengo que se dá kuata com o mar e faz doce, gerando Kilunda com mambos que fizeram o turista bilingueiro sabular: "Fui aos cacussos pitar umas panguilas!", criando lágrimas de gargalhadas ao ponto de fazerem a Pena e o Jesus gargalharem mais alto e com mais vontade, sem medo de serem tributados por quem está com coceira nas mãos a coca de quem tenha algo (ou não) para ser caçumbulado para fazer face às despesas luxuosas de quem não sabe o que é subir à gajajeira, tão pouco passar pelas bandas vistas lá de cima.

Ainda nessa cena da tributação que está a ser cobrada aos cidadãos, pergunto até que ponto seria bom se se organizassem os negócios do mercado informal, trazê-los para a formalidade, com ganhos para os agentes que fazem desse mercado uma realidade e para o Estado que os irá ajudar nesse desafio de aumentar a quantidade de contribuintes e melhorar determinados aspectos, mas sem apertar muito, apenas o justo para não afastar o pessoal. Exemplo: fazer um levantamento de todos os jovens que, nas placas, lotam os táxis, os que nas ruas ocupam lugares para estacionamento e dão o brilho aos rucas; dar-lhes formação, registá-los, atribuir um número individual que estará inscrito num colete e no cartão de trabalho do avilo, que terá como missão descontar uma % não superior a 5% em cada valor que cobrado pelos serviços prestados e que reverteriam para os cofres do Estado que garantiria questões essenciais aos mesmos, como segurança social, apoio médico, formação profissional, assistência jurídica; ajudaria na disciplina, organização, segurança e limpeza das ruas, e na melhoria da prestação dos serviços?!

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