É certo que o objectivo para suster ou, no mínimo, minorar a propagação do vírus, sendo a primeira prioridade para os cidadãos e países está longe de secundarizar as funções soberanas do Estado.

É que são estas que permitem ponderar e equacionar as políticas públicas que têm de responder aos enormíssimos desafios que se colocam ao relançamento da economia no pós-Covid, com termo também ele incerto.

Esses desafios não podem nem devem esquecer a justiça social, sabendo que a pandemia se abateu de forma muito severa sobre as classes mais pobres, agravando as desigualdades.

Estamos perante uma verdadeira quadratura do círculo.

As despesas públicas foram agravadas, as receitas minguaram e a dívida e o deficit aumentaram de forma significativa.

Sucede ainda que a própria dívida mundial é agora maior que toda a riqueza produzida.

Isso significa que a entreajuda e a solidariedade dos países economicamente mais desenvolvidos para com os menos desenvolvidos sofrem óbvias limitações.

Não existindo almoços grátis, o trabalho de casa para os países menos desenvolvidos conceberem e aplicarem políticas públicas coerentes para o relançamento é um acrescido quebra-cabeças.

Angola não é excepção com a agravante de muito antes de a pandemia ter evidenciado por erros graves e culpa própria não relevando exemplos de cidadania, encontrar-se num quadro económico, financeiro e social muito difícil com diferenças sociais inimagináveis.

Daí a importância de, para além dos planos de relançamento económico, ser indispensável reganhar-se a esperança dos angolanos no futuro.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)