Abílio Kamalata Numa, que falava aos jornalistas a respeito da data de libertação da África Austral, que se assinala segunda-feira 23, coincidindo com o fim da Batalha do Kuito Kuanavale, insistiu que a celebração do dia de Libertação da África Austral é uma "mentira histórica" do Governo angolano que a impôs a alguns países da região.

"A celebração dos processos de desenvolvimento de Angola e libertação da África Austral foi atrasada pelo envolvimento do MPLA com as forças internacionalistas", observou, salientando que a UNITA tem uma abordagem "completamente diferente" sobre o que se passou na famosa batalha.

Lembrou que "a grandeza da Batalha do Kuito Kuanavale residiu nas consequências políticas que produziu ao ter permitido desbloquear a aplicação da resolução da ONU 435 de 1978, com o Acordo de Nova Iorque assinado a 22 de Dezembro de 1988 na sede da ONU pelo Governo de Angola, Cuba e África do Sul".

De acordo com o general na reforma, com "desfecho da batalha do Kuito Kuanavale assistiu-se ao sucumbir da República Popular de Angola (RPA), cuja "energia vai minguando" à medida que, a República de Angola como Estado Democrático se vai impondo e esta luta continua até hoje".

Recorde-se que a Assembleia Nacional, na sua 3ª reunião plenária extraordinária da 1ª sessão legislativa, aprovou no dia 27 de Agosto de 2018, a Lei de alteração dos feriados locais, e foi aprovado o 23 de Março como dia libertação da África Austral e feriado Nacional, em Angola.

A Batalha do Kuito Kuanavale, que envolveu, na parte do Governo, as FAPLA e as forças cubanas, e na parte oposta a UNITA auxiliada pelas então forças sul-africanas do regime do Apartheid, contribui na libertação de alguns países da África Austral, com destaque para a Namíbia e a abolição do regime racista sul-africano.