"Ouvimos ontem (quarta-feira) que o Secretariado do Bureau Político do MPLA se congratulou com a posição do Presidente da República, João Lourenço, de considerar ser impossível, num Estado democrático e de direito, realizar-se qualquer tipo de pleito sem suporte legal, a propósito das eleições autárquicas e concluímos hoje que se trata de um acordo feito entre o Governo e o MPLA", " disse aos jornalistas o secretário-geral da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), Agostinho Kamuango, quando questionado sobre a anulação das eleições autárquicas.

Na quarta-feira, 09 de Setembro, o Secretariado do Bureau Político do MPLA congratulou-se, com a posição do Presidente da República, João Lourenço, de considerar ser impossível a realização das eleições autárquicas nas actuais circunstâncias que o País atravessa.

O Secretariado do Bureau Político do MPLA regozijou-se ainda com o posicionamento do Conselho da República em relação à realização das eleições autárquicas e às medidas de prevenção e controlo da pandemia da Covid-19 em Angola.

Durante uma conferência de imprensa, Agostinho Kamuango, disse que a sua organização juvenil da UNITA e o partido, assistiram com "muita preocupação" à adopção de medidas por parte do Executivo angolano, que mais uma vez decidiu adiar as eleições autárquicas que haviam sido anunciadas pelo Presidente da República, defraudando deste modo as expectativas dos angolanos.

"O adiamento constante das eleições autárquicas viola gravemente a Constituição da República de Angola aprovada em 2010", referiu, considerando não ser normal que 10 anos depois da aprovação da Constituição, Angola continua na incerteza quanto à realização das eleições autárquicas.

Neste âmbito, a organização juvenil do principal partido da oposição em Angola exorta o Titular do Poder Executivo para que o Pacote Legislativo Autárquico seja aprovado na íntegra até ao final do presente ano.

Por outro lado, o secretário-geral da JURA lamentou que o Presidente da República venha demostrando que não está interessado em resolver os problemas da juventude angolana.

"O Presidente da República falou em criação de 500 mil empregos, os cerca de 30% de habitação para a juventude, não passou de uma promessa eleitoralista", notou, concluindo que O Chefe de Estado não vai "melhorar o que está bem e corrigir o está mal", slogan da campanha eleitoral.