Nesta intervenção, no arranque da reunião que tem como tema abrangente "Avançar no Diálogo e na Cooperação", ao abrigo do programa "Caminho Conjunto", Pedro Luís da Fonseca enfatizou a questão da importância crescente de Angola no puzzle internacional para melhor destacar a ideia de que as relações entre Luanda e Bruxelas ainda não estão no patamar ideal mas que não falta caminho para fazer esse caminho alicerçado na "confiança mútua".

O diálogo e a cooperação entre Angola e a União Europeia "ainda estão muito longe" do desejado, atirou o governante angolano no arranque deste encontro onde estão alguns governantes de países europeus como a vice-primeira-ministra romena, Ana Birchall, que defendeu em Luanda um maior empenho europeu para consolidar e aumentar o nível das relações entre Bruxelas e Luanda porque o objectivo da Comissão Europeia é de ajudar o Governo angolano no esforço de desenvolvimento do país.

Apesar de ser uma relação que "vem de longe", lembrou o ministro da Economia e Planeamento, sublinhando positivamente o facto de ser uma ligação alicerçada no garante da não ingerência, o que permite "manter" a natureza neutral das ajudas e da cooperação, incluindo uma parte do esforço de reconstrução das infra-estruturas que resultaram de apoios a fundo perdido proporcionados por Bruxelas.

Pedro da Fonseca destacou ainda a ideia de que Angola visa um reajustar o relacionamento entre Angola e a Europa comunitária à conjuntura internacional e ao desenvolvimento das relações comerciais e ao investimento, apontando que este relacionamento tem sido abrangente e sustentado numa "confiança mútua", o que permite colocar o Plano de Desenvolvimento Nacional [PDN] 2018-2022 como a base da cooperação entre Luanda e o bloco europeu.

Luanda quer UE a apoiar diversificação económica

Por seu lado, o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, pediu à União Europeia que ajude o país a ultrapassar os constrangimentos que ainda enfrenta no esforço de diversificação da sua economia.

"Contamos com a União Europeia como um importante parceiro para nos ajudar a superar os constrangimentos que ainda encontramos para colocar a economia angolana ao serviço do desenvolvimento, do progresso e do bem-estar das populações", afirmou.

Manuel Augusto, citado pela Lusa, frisou ainda o desejo de que as partes reforcem o mecanismo de Caminho Conjunto, "um modelo de cooperação que, a curto, médio e longo prazos, possa contribuir para reverter o actual quadro de meros exportadores de matérias-primas, para fabricantes de produtos manufacturados industrializados, como garantia de uma maior oferta de emprego e de oportunidade de negócios".

O chefe da diplomacia angolana destacou também o carácter cada vez mais dinâmico e abrangente da relação entre Angola e a União Europeia, incluindo em questões de paz e segurança, crescimento sustentável e criação de emprego.

"Dá-nos a certeza que a mesma (relação) seja uma componente importante da política externa angolana, através do reforço da cooperação, da unidade de acção, na procura de formas mais eficazes para a realização desta agenda bilateral", frisou.

"Neste particular, Angola tem intensificado o diálogo político-diplomático através da troca de informações no tocante à resolução de conflitos em África, de uma forma geral, e na região dos Grandes Lagos, em particular, bem como troca de informações sobre a situação na região da SADC (Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral) dentro da aplicação dos princípios desta plataforma que é o Caminho Conjunto", ajuntou.