Sem adiantar quantos "delinquentes" foram detidos, o Comando Provincial de Cabinda da Polícia Nacional avança, através de um comunicado, que os suspeitos integram "grupos que insistem em protagonizar actos que violam a ordem e a segurança públicas".

Na mensagem, as autoridades indicam que apreenderam na posse dos detidos "diversos materiais de propaganda hostil, com conteúdos de carácter divisionista, separatista e independentista, contrário à ordem e a tranquilidade públicas".

Ainda segundo a nota, o grupo foi desmantelado quando tentava efectuar a apresentação pública de um movimento alegadamente ilegal, desrespeitando o facto de os seus elementos terem sido instruídos a não realizarem o acto.

As detenções aconteceram no bairro 1.º de Maio, nos arredores da cidade de Cabinda, sendo que, para além de estarem a ser acusados de atentar contra a segurança do Estado, os suspeitos enfrentam a acusação de crime de burla por defraudação, por alegadamente terem cobrado 2 mil Kwanzas para o ingresso no movinento que estavam a lançar, sob promessa da melhoria do bem-estar social, acto que as autoridades classificam de enganoso.

Já o "Governo Provisório" da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) devolve as acusações ao Executivo, classificando de "bárbaro e irresponsável" o comportamento das autoridades angolanas, que responsabiliza pela prisão de 12 activistas no último sábado.

Reclamando a sua libertação "imediata e condicional", a direcção político-militar da FLEC-FAC exige ainda, através de um comunicado, que "o Governo do MPLA e do Sr. João Lourenço parem de aterrorizar a população de Cabinda com o comportamento típico de um Estado terrorista".