"No País reina a falta do indispensável para as populações. Em véspera de mais uma quadra festiva, as difíceis condições de vida destroem famílias angolanas, sobretudo aquelas que se encontram em situações de pobreza extrema", diz o membro do colégio presidencial da CASA-CE, Alexandre Sebastião André.

O político apela ao Executivo no sentido de não surpreender mais os angolanos pela negativa com o aumento dos preços de bens e serviços essenciais, neste período festivo.

"O aumento de preços dos produtos está a agravar ainda mais o já paupérrimo poder de compra", lamentou Alexandre Sebastião, solicitando maior fiscalização aos estabelecimentos comerciais.

Falando da governação, o político lembrou que o cartão-de-visita de Angola foi, durante muito tempo, a corrupção institucionalizada, do topo à base.

"Inibiu em grande medida grandes e honestos negociantes a investirem em Angola. Ditosamente, hoje a corrupção é um objecto de combate do Titular do poder Executivo, que clama pelo envolvimento de todos nós, merecendo um combate indiscriminado, transparente e eficaz, pois que são iguais perante a Lei e ninguém deve estar acima dela", disse.

A CASA-CE entende que o Executivo, em homenagem à governação transparente, deve ser mais "proactivo que reactivo" em clarificar as questões das denúncias de casos de corrupção que envolvem figuras angolanas politicamente expostas, como é caso do mandado de captura emitido pela Justiça namibiana à ex-ministras das pescas, alegadamente envolvida num esquema de corrupção que terá prejudicado ao Estado, em cerca de 30 milhões de dólares.

"Um dos pilares da boa governação, que quando se exercita com verdade, rigor e isenção, se confunde com um 4º poder, é a comunicação social, que pode moldar o cidadão a trilhar determinados caminhos", disse o político.

Segundo ele, as eleições autárquicas que vêm aí e não só, "exigem um jornalismo público, que dê tratamento igual a todos os actores, não propaganda política a todo tempo e a favor do partido no poder, violando o princípio do contraditório".

"O favoritismo e a falta de rigor sustentaram a corrupção, a bajulação, a propaganda eleitoral gratuita fora da época, adiando e matando o sonho de milhões de angolanos, desejosos de uma Angola desenvolvida, justa e igual para todos", frisou.

A CASA-CE foi fundada em 2012 e é uma coligação de seis partidos políticos - Bloco Democrático (BD), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).

Nas primeiras eleições gerais em que participou, em 2012, a CASA-CE elegeu oito dos 220 deputados à Assembleia Nacional, face aos seis por sento de votos obtidos, a mesma percentagem conquistada nas presidenciais, em que Chivukuvuku ficou em terceiro lugar.

Nas últimas eleições gerais, realizadas em Agosto de 2017, a CASA-CE aumentou quase para o dobro a sua votação a nível nacional em termos nominais (639.789 votos - 9,45%), duplicando o número de deputados (16).