Uma das medidas que preocupa a oposição é a que estabelece restrições de circulação territorial e a possibilidade de confinamento compulsivo em casa ou estabelecimentos de saúde.

O porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, disse ao Novo Jornal que as mediadas tomadas pelo Governo no âmbito do estado de emergência decretado esta quarta-feira, 25, pelo Presidente da República, João Lourenço, têm de ter em conta a realidade do País.

"Uma das medidas fundamentais é a que estabelece restrições de circulação territorial e a possibilidade de confinamento compulsivo em casa ou estabelecimentos de saúde. Nós sabemos que Luanda depende em termos de produtos agrícolas nacionais das províncias e as províncias também recebem de Luanda os bens importados. Aqui, o Executivo tem de encontrar uma solução", disse o porta-voz da UNITA.

Marcial Dachala afirmou que a direcção da UNITA aconselhou o seu presidente, Adalberto Costa Júnior, que esteve ontem na reunião do Conselho da República, para encontrar unanimidade com outras forças políticas, devido à pandemia que está devastar o mundo inteiro.

"A UNITA está preocupada com o impacto da Covid-16. Por isso, não podemos ignorar todas as medidas que colocam em risco a vida de milhares de angolanos", acrescentou.

O presidente da coligação CASA-CE, André Mendes de Carvalho, também pediu ponderação na tomada de certas medidas durante a fase de duração do estado de emergência.

"O País produz pouco ou quase nada em todos os sectores. Os serviços fundamentais não podem parar totalmente, sob pena de criarmos outras situações que podem complicar a vida das pessoas", referiu, anunciando que a coligação estará atenta à implementação das medidas decididas pelo Governo.

Para o presidente do PRS, Benedito Daniel, "o estado de emergência foi oportuno", porque evita o contágio em grande escala das pessoas no País.

"O importante é que as medidas tomadas pelo Governo sejam respeitadas e postas em prática por parte dos cidadãos", explicou.

O deputado do MPLA, João Pinto, disse ser legítimo o estado de emergência e espera que os angolanos respeitem as orientações das autoridades sanitárias.

"A Covid-19 propaga-se em todo o mundo. As orientações das autoridades sanitárias e as da Organização Mundial da Saúde devem ser observadas para travar o contágio da pandemia", concluiu.