A Procuradoria-Geral da República (PGR) no Kwanza-Sul confirmou, esta semana, ter começado o processo de audiência de alguns dirigentes do Governo local, no âmbito de um inquérito instaurado sobre suposta sobre-facturação no aluguer de duas viaturas para os vice-governadores provinciais, avaliadas em mais de 191 mil kwanzas por dia, para um período de um ano.

Segundo fontes ouvidas pelo Novo Jornal, o contrato foi assinado pelo governador do Kwanza-Sul, Job Capapinha, e por uma empresa constituída em Dezembro de 2018, propriedade de um mauritaniano, para aluguer das viaturas.

Confrontado pelo NJ, o governante, de forma lacónica, disse não responder às especulações, alegando questões de Estado.

"Vamos esperar que a Justiça faça o seu trabalho, sob pena de sermos conotados de estar a obstruir o processo judicial. Vamos pronunciar-nos depois", disse.

O procurador titular do Kwanza-Sul, Joaquim Macedo, adiantou que o processo de inquérito está a decorrer junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), para se averiguar o que se passou nesse contrato.

"Já se ouviram alguns intervenientes neste processo. Julgamos que, tão logo tenhamos isso encerrado, vamos saber o que se passou. Se os valores são correctos ou não, tudo isso o processo vai dizer", informou.

Do contrato «milionário», as autoridades já terão avançado com um montante de 50 por cento do valor global, em Setembro do ano passado, uma quantia estimada em 24,7 milhões de kwanzas, na agência do BPC de uma localidade onde, estranhamente, a empresa contratada não tem representação.

A PGR salienta que, para além da questão dos alugueres das viaturas, está a ser passado a «pente fino» o arrendamento de uma casa que serve de residência do Governo da Província do Kwanza-Sul, cujo valor não foi revelado.

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