O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, presente na 1ª Conferência Internacional de Mobilidade, reconheceu que Luanda tem uma rede de transportes urbanos "ainda muito aquém das suas necessidades", sobretudo do ponto de vista da "frota disponível e dos sistemas complementares".

Os dados facultados por Amadeu Campos, director do Gabinete Provincial dos Transportes Trânsito e Mobilidade Urbana, ao apresentar o Plano Director Geral Metropolitano de Luanda (PDGML) 2015-2030, tema sobre o qual incidiram as discussões, confirmaram as declarações do ministro de que a oferta das empresas de transportes colectivos urbanos da capital cobre apenas 15 por cento da procura da província.

Cinco empresas estão autorizadas a operar a rede de transportes colectivos urbanos (Tcul, Macon, Tura, Angoaustral e SGO), com uma frota que, dadas as condições da rede viária, têm um tempo de vida útil de cinco anos.

No encontro, o Ministério do Ordenamento do Território e Habitação de Angola perspectivou a construção de 207 quilómetros de linha férrea de sistemas segregados e 317 quilómetros parcialmente segregados até 2030.

Neusa Inglês, engenheira daquele Ministério, e uma das responsáveis ligadas ao Plano Diretor Geral Metropolitano de Luanda (PDGML), indicou que o documento prevê "mais de cinco milhões de deslocações diárias" em transportes públicos formais e integrados.

A engenheira disse ainda que até 2030 é esperado um aumento de 400% na frota automóvel, para melhor mobilidade do trânsito da capital do país (quando a população actual de oito milhões, atingir 15 milhões), projectando que o sistema de transportes públicos sirva 80 por cento da população residente em Luanda de forma "segura, eficiente e regular".

Estes projectos incluem, por exemplo, a implantação de uma circular ferroviária na via expressa, o corredor ferroviário de Camama, a implantação de um metro ligeiro de superfície em Luanda, um terminal marítimo em Cacuaco e a manutenção do serviço de táxi colectivo, de moto-táxi e outros para complementar o serviço em zonas de difícil acesso aos autocarros e ao metro projectados.

Incluem ainda a melhoria da rede de estradas primárias, secundárias e terciárias , bem como a construção de novas para atender o crescimento demográfico da província de Luanda, a introdução de autocarros de circulação rápida (BRT), comboios em massa e transportes marítimos, num processo em que estão envolvidos o próprio Ministério dos Transportes e o Governo Provincial de Luanda.