À margem da inauguração do Hospital Geral do Bié, "Dr. Walter Strangway", o Presidente da República aproveitou para deixar garantias Presidenciais de que as eleições gerais vão ter lugar em 2022, mas também para enviar um recado para Luanda, a propósito dos Conselheiros de Estado que no final da última reunião deste órgão consultivo do Chefe de Estado, criticaram a não realização das eleições autárquicas este ano, como João Lourenço tinha anunciado na forma de intenção, em 2018.

Entre esses críticos estiveram, como o Novo Jornal noticiou, os líderes dos partidos da oposição.

Não existem culpados para a não realização das eleições autárquicas este ano, disse João Lourenço, e sobre a opinião de parte da oposição, notou que o fundamental é a posição final do Conselho da República (CR) e não a opinião de um ou outro dos seus membros.

"Todos estão a trabalhar afincadamente no sentido de reunir as condições que tornarão possível a realização das autarquias", enfatizou, em declarações emitidas pelos media estatais.

No comunicado final do CR, ficou claro que a maioria dos seus elementos entende que não existem condições objectivas para realizar este ano as eleições no poder local, principalmente devido à pandemia da Covid-19.

E disse ainda que a possibilidade de uma frente alargada do lado da oposição para avançar com um candidato único contra si e MPLA, João Lourenço ironizou dizendo que até podem "chamar amigos e vizinhos".

"todos estão a trabalhar afincadamente no sentido de reunir as condições que tornarão possível a realização das autarquias".

Aos jornalistas, o Presidente da República disse que foi "um esforço bastante grande" pelo Parlamento para aprovar uma grande parte das lei do Pacote Legislativo Autárquico, mas falta concluir a sua aprovação total e só depois é que o Presidente passa a estar em condições de auscultar os partidos para marcar a data final das eleições autárquicas.

"Tudo o resto são acusações, de tentar encontrar culpados. Neste processo não há culpados. O executivo, e o Parlamento estão a trabalhar nesse sentido", apontou.

O Presidente não falou sobre as manifestações dos médicos, dos jovens activistas e dos apoiantes do projecto PRA-JA em Luanda.