Depois de no mês passado ter desafiado os diplomatas acreditados no país a encorajar os potenciais investidores dos respectivos países a apostarem no mercado angolano, João Lourenço estendeu o apelo da captação de investimento ao corpo diplomático nacional.
Falando na cerimónia de tomada de posse dos novos embaixadores de Angola, nomeados ontem, conforme o Novo Jornal Online noticiou, o Presidente da República sublinhou que a aposta na diplomacia económica é uma prioridade do Executivo.
"Que esteja focada essencialmente, não só de lá para cá atrair o investimento privado, como também, daqui para fora, fazer interessar outros mercados, os produtos que Angola já produz e que vai produzir num futuro breve e que estejam interessados em adquirir os nossos produtos", destacou João Lourenço.
Para além de salientar a importância de "assegurar sobretudo uma maior cooperação económica entre os países", o Chefe de Estado e do Executivo lembrou que está em curso um processo de redimensionamento da rede diplomática do país.
"Têm a partir de agora a responsabilidade de com menos missões diplomáticas, com menos pessoal, garantir de qualquer forma a continuidade do trabalho e sobretudo em garantir ou atrair o investimento privado para o nosso país", assinalou João Lourenço.
Melhor ambiente de negócios em preparação
O repto do Presidente da República reforça a mensagem deixada na tradicional sessão de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático acreditado no país, realizada no passado mês de Janeiro.
Na ocasião, João Lourenço garantiu que o país criará "todas as condições que se impuserem para que [os investidores estrangeiros] possam realizar com tranquilidade a sua actividade em Angola e repatriar os seus dividendos sem condicionalismos de espécie alguma, desde que observem a legislação angolana".
O Presidente da República lembrou que o país "vem procurando modernizar-se constantemente", para "atingir padrões de organização interna cada vez mais aceitáveis", mas reconheceu que é preciso impor, com urgência, um ambiente que restitua "a credibilidade necessária aos sectores e instituições que intervêm na relação com os investidores, de modo a que não hesitem em trazer o seu dinheiro para Angola".
João Lourenço assegurou que o Executivo vai estabelecer rigor no tratamento a ser prestado aos parceiros do desenvolvimento angolano, sublinhando que os mesmos receberão "não só garantias de segurança jurídica, mas também dos seus bens físicos".