Segundo a oposição, a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que resultará na realização de 1.864 intervenções e projectos em todo o País, está a ser usada pelo partido no poder para fazer a sua campanha eleitoral.

"Vemos, nos fins-de-semana, dirigentes de alto nível do MPLA a oferecerem bens alimentares de primeira necessidade às famílias carentes e não só. As ofertas são compostas por óleo vegetal, açúcar, arroz, feijão, sal, leite, fuba de milho, sardinhas em lata, detergentes, bicicletas e até viaturas", disse esta terça-feira ao Novo Jornal o deputado da UNITA, Alcides Sakala.

Para o deputado, mantêm-se os mesmos "vícios" do MPLA.

"O PIIM abre todos noticiários dos órgãos estatais", lamentou o deputado, acusando o MPLA de usar os meios de comunicação social públicos para beneficiar as acções partidárias.

Para a CASA-CE, o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) requer uma fiscalização rigorosa, já que o mesmo foi financiado com fundos públicos.

"O PIIM foi financiado com fundos públicos e não pode ser utilizado para campanhas políticas", observou o deputado Manuel Fernandes, salientando que os seus efeitos "devem ter impacto no seio das comunidades beneficiadoras".

Recorda-se que no encerramento da IIIª Sessão Legislativa da IV Legislatura da Assembleia Nacional, sexta-feira, 14 de Agosto, o presidente do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, afirmou que Angola está sem condições para institucionalizar as autarquias locais em 2020, por causa dos condicionamentos da Covid-19.

"O país atravessa uma situação ascendente de casos de Covid-19, estando a infecção presente já em 14 das 18 províncias. Não há condições para a realização das eleições autárquicas", confirmou.

A realização das eleições autárquicas está também dependente da conclusão do pacote legislativo (Lei de Institucionalização das Autarquias, o único documento que falta) que só será discutido no próximo ano legislativo.