João Lourenço tem prevista uma deslocação ao centro de pesquisas da multinacional Huawei, que anunciou, recentemente, a pretensão de instalar, em Angola, um centro de referência tecnológico para montagem de smartphones, computadores e outros equipamentos.

O PR deverá regressar a Angola na quinta-feira, com um Acordo de Facilitação de 2 mil milhões de dólares, assinado entre o Banco de Desenvolvimento da China e o Ministério das Finanças de Angola, para serem investidos em projectos estruturantes.

O Chefe de Estado, no acto de abertura das conversações oficiais entre as delegações governamentais dos dois países, e que antecedeu a assinatura do acordo, disse que o seu Executivo "tem procurado apresentar projectos que possam contribuir para o crescimento económico do país e melhorar a sua capacidade de reembolsar os créditos que recebe".

"Peço que nos concedam essa oportunidade, para melhor servir os projectos de Angola", disse, citado pela Angop.

"Para sermos bem-sucedidos, precisamos dos recursos financeiros, que prometemos usar bem, exclusivamente no interesse público, no interesse da economia e do desenvolvimento sócio-económico do país", acrescentou.

"Angola vive uma nova era de maior abertura ao Mundo, de maiores direitos e liberdades para os seus cidadãos, maior transparência e concorrência nos negócios, menos burocracia e mais combate à corrupção", disse Lourenço, ao seu homólogo, Xi Jinping, antes das negociações.

O PR sublinhou ainda a "reacção encorajadora e disponibilidade" de Pequim para financiar a construção de infraestruturas em Angola, nomeadamente estradas, caminhos-de-ferro, barragens, portos e aeroportos, referindo também, segundo a Angop, que o País precisa de investimentos em obras sociais, como o aumento da oferta de água potável, energia eléctrica, estabelecimentos hospitalares e de ensino.

Archer Mangueira tranquiliza credores chineses em declarações à imprensa local

Entretanto, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, que acompanhou o PR nesta visita oficial, esclareceu, em Beijing, que "parte" dos 2 mil milhões de dólares que serão financiados pelo Governo da China "servirá para a regularização da dívida com os credores chineses".

"Será destinado para financiar projectos que possam alavancar o sector produtivo, de tal maneira que possam, a médio e longo prazo, aumentar o volume de receitas, principalmente aquelas voltadas para a exportação", sublinhou o ministro das Finanças, em declarações à imprensa, sem adiantar a taxa de juros dessa nova linha de crédito ou os termos do reembolso.

"É propósito das autoridades angolanas, com esse financiamento, reduzir a pressão sobre a balança de pagamentos e o stock da dívida, além de criar novas áreas de dinamização da economia e novos espaços para o desenvolvimento sócio-económico", disse ainda o ministro, citado pela Angop, avançando que, como qualquer outro empréstimo, "esta nova linha de crédito terá impacto directo sobre a economia e, de alguma forma, aumentará o stock da dívida, porque significa empréstimo de um país para o outro. De alguma forma, aumenta o stock da dívida".

Desta viagem resulta ainda o acordo para evitar a dupla tributação, também assinado durante as negociações entre as delegações de Angola e da China, que, segundo Archer Mangueira, "vai permitir que os investidores chineses se sintam mais motivados e actuar no país".