Este reconhecimento terá, segundo o Chefe de Estado, "leituras e reacções díspares a julgar, pelos estereotipos criados durante o tempo em que a corrupção era normal", mas "encontrará apoio na grande maioria da opinião pública nacional e internacional".

A cerimónia, que Luís Fernando, secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa, apresentou como sendo "o acto de um país reconciliado e inclusivo", marca "a maneira diferenciada como o PR marca a sua gestão, o seu mandato, onde está muito claro o seu compromisso com uma Angola feita para todos e com todos, uma sociedade em que está sempre o mérito antes de qualquer escolha".

Um acto de um Presidente "que quer uma sociedade verdadeiramente aberta, democrática, um país reconciliado e para o qual o caminho certo é o da inclusão, por cima das fracturas do passado ou das questões que separam e dividem os angolanos", referiu ainda o secretário do Chefe de Estado.

Reacções

"Estou bastante satisfeito, porque já fui chamado de "vende pátria", disse Rafael Marques ao NJOnline, reagindo à condecoração".

"Agora já sou patriota", afirmou, acrescentando que a iniciativa de João Lourenço, "é uma atitude de inclusão de todos os angolanos que muito têm feito para o desenvolvimento de Angola, mas nunca foram reconhecidos".

Para Rafael Marques, o actual Presidente da República leva a cabo um árduo trabalho para combater a corrupção enraizada em todas as instituições.

"Não é fácil essa tarefa, mas vamos continuar a ajudar a denunciar práticas que prejudicam a economia e a sociedade", concluiu.

O ex-presidente do PDP-ANA, Sediangany Mbimbi, também saudou a iniciativa do Presidente da República de ter condecorado o malogrado presidente do partido, Mfulupinga Nlando Victor, mas aproveitou para exigir que sejam esclarecidas as circunstâncias da sua morte.

"A ideia do senhor Presidente da República não é má. Mfulupinga Nlando Victor deixou filhos, mulher e outros parentes. Qual será o benefício dessa condecoração com a família a viver dificuldades de vária ordem no seu dia-a-dia?", questionou Sediangany Mbimbi.

Na opinião do também deputado à Assembleia Nacional pela UNITA, a melhor homenagem para Mfulupinga Nlando Victor "é o esclarecimento pelas autoridades das razões da sua morte e quem o matou".

"Já lá vão 15 anos desde que Mfulupinga Nlando Victor morreu, mas os resultados do inquérito nunca foram revelados", insistiu Sediangany Mbimbi, lamentando que o ex-presidente tenha sido condecorado a título póstumo na ausência da família.

"Quem vai receber essa condecoração?", questionou.

Alfeu Vinevala, da fazenda agropecuária "Vinevala", no município do Chinguar, também manifestou a sua satisfação por ter sido condecorado.

Segundo Alfeu Vinevala, a fazenda Vinevala, depois de conquistar e consolidar o mercado dos tubérculos e cereais, aposta no projecto tilápia, que teve início em 2015, com o processo de criação/reprodução em 12 tanques escavados com dimensões aproximadas de 900 metros cúbicos.

Entre as personalidades condecoradas estão empresários, músicos, atletas, e activistas sociais, como os empresários Carlos Cunha e Rui Santos, o músico Eduardo Paim, o jornalista Sousa Jamba, as equipas da selecção nacional de andebol masculino e feminino que ganharam, este ano, o Campeonato Africano da modalidade em Marrocos.