"Quero assumir-me presidente de todos aqueles que tenham a UNITA no coração", disse Adalberto da Costa Júnior (ACJ), para quem este é o momento "em que se impõe um novo rumo ao partido".

"Precisamos que a UNITA seja um partido cada vez mais presente na vida dos angolanos. Temos de ser nós a afirmar-nos como a nova esperança, com uma nova dinâmica que nos afirme como o partido das transformações que o nosso povo tanto anseia. É essa UNITA que estende agora a sua mão forte a todos aqueles que querem que Angola se consolide como um estado democrático e de direito. Caminhemos juntos para a construção do futuro", afirmou, defendo a revisão da Constituição da República.

Para o novo líder da oposição em Angola, "sem a revisão da Constituição, sem a despartidarização do aparelho do Estado, sem uma Comissão Nacional Eleitoral independente, sem uma justiça isenta e credível, sem um regulador do sistema financeiro independente do Executivo o país não terá condições para se desenvolver".

"Não basta mudar o Presidente da República, sendo necessário, sim, mudar as más práticas, abraçar a boa governança e a transparência, tendo como objectivo o bem estar e a dignidade de todos os angolanos. Mas, para isso, nós é que temos de ser o exemplo", afirmou.

Adalberto da Costa Júnior, que esta sexta-feira recebeu a bandeira, a faixa e o cajado do cargo das mãos do presidente do XIII congresso, Lukamba Paulo Gato, foi o mais votado no congresso do partido, conquistando 595 votos, correspondentes a 53,4%. Alcides Sakala, porta-voz do "Galo Negro", foi o segundo mais votado, com 422 votos.

Alcides Sakala, o porta-voz e secretário para as relações internacionais ficou em segundo lugar com 422 votos, o general Abílio Kamalata Numa ficou em terceiro lugar com 68 votos, o vice-presidente e deputado Raul Danda ficou em quarto lugar com 17 votos, e o primeiro vice-presidente do grupo parlamentar, José Pedro Kachiungo, obteve apenas dez votos.

O XIII Congresso Ordinário da UNITA, realizado sob o lema "patriotismo, coesão e cidadania", ficou ainda marcado pela alteração de estatutos do partido, Os delegados decidiram a realização dos congressos ordinários de cinco em cinco anos, a partir do XIV conclave do partido que se vai realizar em 2023.

Ficou ainda decidido que o presidente do partido é o cabeça de lista as eleições gerais de 2022, afastando a possibilidade de o ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, que tinha a intenção de se candidatar à presidência da República, concorrer nas eleições gerais.