Entre Janeiro e Junho deste ano, as unidades hospitalares da província do Bié registaram 1.939 casos de desnutrição em crianças recém-nascidas, um aumento de 650 ocorrências comparativamente ao mesmo período de 2019. Do total, 143 resultaram em óbitos, mais 39 em relação ao primeiro semestre do ano passado.

A média de óbitos por desnutrição naquela que é considerada a região do País com mais casos da doença, conforme calculou o Novo Jornal, é de 16 ocorrências por mês.

Edna Mendonça, supervisora provincial do Programa de Nutrição, revelou a este semanário que, entre as principais causas da doença naquela província, está a carência alimentar, o desmame, a gravidez processe e doenças crónicas, nomeadamente: VIH-Sida e tuberculose.

"É uma situação preocupante. As principais causas têm sido a carência alimentar, o desmame e gravidez precoces. Algumas mães, quando estão a amamentar e descobrem que estão grávidas, a tendência é desmamar bruscamente a criança. Há também situações em que a desnutrição está associada a doenças crónicas, principalmente à tuberculose e ao VIH-Sida", explicou.

No período em referência, o município do Kuito, com 885 casos de desnutrição, mais 346 em relação ao primeiro semestre de 2019, é o que mais registou, seguindo-se-lhe o município do Andulo, com 206 ocorrências, mais dois comparativamente ao igual período do transacto.

"As idades das vítimas variam dos seis aos 59 meses, ou seja, crianças dos seis meses aos 4 anos, 11 meses e 29 dias. Porém, temos recebido, também, crianças com outras idades", sublinhou Edna Mendonça.

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