Como entra para o mundo da música?

A música entra na minha vida sem explicação. É a maior dádiva. Sempre fui uma criança pouco retraída, mas muito atenta em pertencer a grupos de danças tradicionais da escola e de declamação de poesia. Portanto, venho daquela geração logo após a Independência. A esta altura tinha os meus 9 ou 10 anos. De repente comecei a interpretar as coisas que ouvia naquele momento, as músicas revolucionárias como as de David Zé, Urbano de Castro, Dionísio Rocha, e acompanhava todos aqueles programas da Rádio Nacional como o Piô-Piô. Vi a evolução de tudo e era muito atento.

Portanto, se me perguntar quando comecei a cantar, eu vou-lhe dizer que não sei concretamente. Mas, activamente, começou quando fui a Cuba, a partir dos anos 1980. Tínhamos lá o mesmo dinamismo de inclusão cultural que em Angola, apresentávamos jogral. Alguns companheiros tocavam guitarra e fui aprendendo também a tocar, porque havia necessidade de se produzir algumas canções, nem sempre os colegas estavam disponíveis para o fazer. Então, como eu conhecia um repertório muito amplo, porque na minha casa sempre se consumiu muita música, fui aprendendo com o Avelino Cassinda Machado, de Benguela, e com o Gabriel Lumbongo, do Huambo, se não me engano.

Não sei por que carga de água, quando comecei a fazer os primeiros acordes, depois de estar um pouco à vontade, comecei a afastar-me deles. Começamos com a canção de pendor político, era o que chamava atenção naquela época.

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