O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, esta semana, no município do Lubango, província da Huíla, quatro jovens com idades entre os 20 e 26 anos, acusados de subtrair cerca de 88 milhões de kwanzas de contas bancárias de clientes do Banco de Fomento Angola (BFA). A informação foi prestada ao Novo Jornal pelo porta-voz do SIC-Huíla, inspector Sebastião Vika.

"O SIC prendeu a gangue depois de terem movimentado mais de 88 milhões de kwanzas em contas de clientes e empresas. Os hackeres conseguem as referências das vítimas, enviando-lhes mensagens via correio electrónico, pedem os seus dados para actualização como se fossem funcionários do próprio banco, e, com programas especiais, conseguem identificar a senha de acesso e roubar os clientes bancários", explicou Sebastião Vika.

Do valor saqueado, os efectivos do SIC recuperaram 77 milhões de kwanzas, os restantes 11 milhões foram repartidos entre os acusados. As contas saqueadas são de clientes de três agências do BFA localizadas no bairro Comercial Urbano, no Lubango.

O inspector do SIC sublinhou que crimes do género têm sido recorrentes naquela província.

"Normalmente, os bancos acabam por devolver o dinheiro ao cliente, de modo a abafar a situação e a esconder as falhas dos seus sistemas". Nesse caso específico, o SIC notificou os gerentes das três agências bancárias em causa, para prestarem informações, por supostamente estarem envolvidos no esquema que facilitou o furto.

Outra forma de defraudar clientes bancários e utentes de cartões de crédito é copiando os dados inseridos no momento em que a pessoa movimenta a conta.

"Em função das denúncias de vários clientes, efectuámos um trabalho aturado e conseguimos localizar e deter os infractores. Neste momento, estamos a fazer as diligências para averiguar se existem participações de alguns funcionários das referidas dependências bancarias", disse.

O SIC suspeita que os acusados trabalham com um grupo constituído por elementos do banco e que recebiam informações sobre as contas de pessoas já falecidas e de algumas empresas.

"Este é um grupo que se dedicava a esta prática. Presumimos que, com a ajuda de outros elementos que ainda não estão incluídos neste processo, eles [os acusados] desviavam somas avultadas das contas bancárias de pessoas que já faleceram e efectuavam levantamentos por via de multicaixa", explicou o oficial em declarações ao NJ.

Os detidos já foram ouvidos pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC e estão em prisão preventiva, aguardando pelo julgamento.

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