O ex-director da Delta Imobiliária já tinha sido ouvido em Portugal no âmbito deste processo-crime pela Polícia Judiciária Portuguesa (PJP), e o tribunal solicitou às autoridades portuguesa as suas declarações, que juntou aos autos, mas quer ainda assim interrogá-lo por videoconferência, para a descoberta da verdade material.
Paulo Cascão tornou-se uma peça fundamental deste processo, que tem como principais arguidos os generais "Kopelipa" e "Dino", pelo facto de o Ministério Público (MP) ter apontado que a empresa que dirigia participou num esquema "de contrato de reembolso" que terá possibilitado um desfalque de vários milhões de dólares ao Estado.
O Novo Jornal soube que as declarações de Paulo Cascão foram feitas depois de a PGR ter remetido o processo para julgamento.
Segundo a acusação, a empresa Delta Imobiliária é propriedade do engenheiro Manuel Vicente e dos generais "Kopelipa" e "Dino", através do grupo A4, e tinha como administrador único Paulo Cascão.
A acusação diz ainda que o esquema começou com a passagem da titularidade dos imóveis, alegadamente construídos com fundos públicos, para a empresa Chi na Internacional Fund. (CIF) Hong Kong, representada, à data dos factos, pela empresa Delta Imobiliária, por orientação de Manuel Vicente.
Entretanto, para a descoberta da verdade, o tribunal decidiu interrogar por videoconferência Paulo Cascão, que se encontra a residir em Lisboa, Portugal.
Depois, o julgamento entra para a fase final com as partes, isto é, o Ministério Público e os advogados de defesa dos arguidos "vão travar a última batalha" que antecede a posição do tribunal através do acórdão.
São arguidos no processo os generais "Kopelipa", e "Dino", Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, acusados da prática dos crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder.