O bairro que noutros tempos estava longe do lixo e da disputa de espaços, hoje está a abarrotar de lixeiras e capim. Falta água em muitos edifícios e os moradores queixam-se de assaltos à luz do dia.

A Urbanização Nova Vida, passou de nova para "velha vida" nos últimos tempos e tem hoje os mesmos problemas que muitos outros subúrbios de vários bairros de Luanda têm.

Em algumas zonas, a Urbanização Nova Vida começa já a ter aspecto de bairro, ou seja, de desordem.

Os motoqueiros, vulgo "kupapatas", tomaram conta da circulação automóvel em toda a extensão do Nova Vida, embora esse serviço ajude e facilite a mobilização de moradores, utentes e estudantes.

Esta segunda-feira,12, o Novo Jornal circulou pela urbanização e verificou que já não há uma só rua sem buracos.

Em algumas ruas já são crónicos os buracos e parece que não tem havido recolha de lixo, embora em alguns pontos seja possível encontrar contentores vazios.

Junto ao supermercado Deskontão, parte da estrada está intransitável, facto que leva os automobilistas a circularem com deficiência.

Ao Novo Jornal, os moradores apresentaram várias preocupações com realce para os assaltos frequentes e o débil saneamento.

Estudantes de diversas instituições de ensino geral e universitárias dizem que o Nova Vida precisa de segurança policial e de requalificação urgente.

Circular de carro pelo Nova Vida é um autêntico "para-arranca", devido aos milhares de buraco nas vias.

Moradores dizem que o Governo assiste sem acção à degradação das ruas do Nova Vida

Segundo os moradores, vários trabalhos paliativos já foram feitos, mas em nada resulta porque as águas das chuvas destapam as fragilidades do fraco trabalho.

Se antes era um orgulho dizer "vivo no Nova Vida" actualmente muitos moradores preferem não o dizer.

O Nova Vida era um projecto que convenceu todos, por isso vivem na urbanização muitas individualidades do Estado, mas o problema de saneamento prevalece.

Há no Nova Vida ocupação de espaço público

Entretanto, a Novo Jornal constatou que muitos espaços públicos estão a ser privatizados e ocupados.

Vários moradores dizem que a ocupação está a ser feita por pessoas ligadas à administração do Kilamba Kiaxi e do Governo Provincial de Luanda.

O Novo Jornal verificou que há também nesta urbanização muitas vedações de espaços por parte dos moradores, e construções anárquicas, o que tem estragado a imagem daquela urbanização.

O Novo Jornal soube que, na semana passada, a administração municipal do Kilamba Kiaxi efectuou um trabalho de campo no Nova Vida e prometeu colocar ordem quanto às ocupações dos espaços públicos e de demolir as estruturas ilegais.

Alguns estabelecimentos que surgiram do nada já foram notificados pela administração do Kilamba Kiaxi para demolição, desde o final do mês de Abril.

Quanto às obras de requalificação desta urbanização, são da responsabilidade de entidades superiores administrativamente, ou seja, do GPL e do Governo central.

Em Novembro de 2023, o Presidente da República, João Lourenço, aprovou um contrato de empreitada no valor de 259,4 milhões de dólares para os arranjos das ruas do Nova Vida, para permitir a circulação de pessoas e bens de forma segura, como noticiou o Novo Jornal na altura.

Segundo os moradores, tal empreitada nunca chegou a ser executada e tudo continua na mesma.