Os alertas sobre o estado de degradação do Hospital Sanatório de Luanda repetem-se há anos, mas, pela primeira vez, a situação dessa unidade de Saúde foi comprovada in loco pelo titular do poder Executivo.

A deslocação de João Lourenço ao Sanatório, realizada na passada sexta-feira, 15, permitiu ao Presidente da República inteirar-se das condições existentes no espaço, vocacionado para o tratamento da tuberculose.

No balanço da visita, o secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República, Luís Fernando, destacou o exemplo da iniciativa e a sua lição.

"A política só tem valor quando é para SERVIR", escreveu o secretário no Facebook, destacando as "duríssimas imagens" observadas no Hospital Sanatório.

"Todos os que o acompanhámos [a João Lourenço] sentimos, em certa medida, como se tivéssemos recuado aos campos de concentração da II Guerra Mundial", publicou Luís Fernando.

Para além de constatar os problemas infra-estruturais do edifício - nomeadamente de infiltração de água -, o Chefe de Estado foi informado sobre os planos de reabilitação do Hospital, que deverão arrancar a partir de Março de 2018.

"E a esperança dos angolanos -de todos os angolanos- renasce, decididamente. Vamos construir um país DIFERENTE, SOLIDÁRIO, INCLUSIVO!", exortou o o secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República.

Reabilitação prevista na Linha de Crédito chinês

A visita de João Lourenço surgiu cerca de dois meses depois da deslocação da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, à unidade.

Na altura, o director-geral do Hospital Sanatório, Afonso Wete, apontou como "principal problema" do espaço "a profunda degradação da estrutura física, que praticamente já não suporta funcionar nas condições em que se encontra".

O responsável defendeu, nessa ocasião, a construção de um novo hospital e demolição do actual.

O Hospital Sanatório de Luanda controla cerca de 270 pacientes internados com tuberculose e mais de dois mil doentes que recebem atendimento ambulatório a nível de Luanda.

A reabilitação e apetrechamento da unidade, originária de 1968, está incluída nos projectos de obras públicas da Linha de Crédito da China (LCC), que, só na área da Saúde, incluem 16 obras por USD 293,5 milhões.

Em concreto, a obra no HSL está avaliada em 31,3 milhões USD e deverá prolongar-se por 24 meses, de acordo com o documento de planificação da LCC.