Esta informação foi avançada ao Novo Jornal Online pelo presidente da AADIC Diógenes de Oliveira.

"Trata-se do Colégio Angolano de Talatona (CAT), do Fermas, e da Luanda Internacional School, que têm os preços das propinas e outros emolumentos à margem da lei, que são absurdos a nosso ver, por isso é que vamos intentar uma acção judicial".

"O colégio CAT, por exemplo, subiu, este ano, as propinas em 97%, comparativamente a 2017, e está a cobrar três meses, ou seja, uma prestação que não foi consumida", disse.

O responsável informou ainda que a AADIC interpôs, na passada segunda-feira, 08, uma providência cautelar no Tribunal provincial de Luanda, para proibir as três instituições do ensino particular de cobrarem e de pautarem pela ilegalidade.

Diógenes de Oliveira frisou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderá também pronunciar-se ao longo deste período, à luz do artigo 34 da Lei de Defesa do Consumidor.

O presidente da AADIC referiu ainda que estão na mira da sua instituição outros dois colégios, em Luanda, que nos próximos dias também serão levados a tribunal.

"Existe um despacho recente, da ministra da Educação, Cândida Teixeira, que proíbe várias práticas implementadas por essas instituições do ensino. No entretanto, a lei do consumidor esta a ser violada", explicou.

Alguns encarregados de educação consideram um verdadeiro exagero e exigem maior sensibilidade por parte dos colégios, fundamentalmente nesta época em que as famílias enfrentam sérias dificuldades financeiras em virtude da situação de crise que o país atravessa.

Em colégios como o Angolano de Talatona, São Francisco de Assis, Escola Internacional do Benfica (anterior Colégio Turco) e a Escola Internacional de Talatona, os preços oscilam entre os 120 e os 500 mil Kwanzas por mês. No Colégio Angolano de Talatona (CAT), um aluno do primeiro ciclo paga, trimestralmente, 445.625 kzs.

No colégio São Francisco de Assis, por exemplo o valor por trimestre é de 950 mil kzs, Já as actividades extraescolares são pagas à parte.

O presidente da Associação Nacional do Ensino Privado (ANEP), António Pacavira, disse ao jornal O PAÍS que "os encarregados de educação só devem pagar ou matricular os seus filhos nas instituições cujos preços se adequem aos seus bolsos".

Para isso, aconselhou, "é preciso que façam um estudo de viabilidade, porque o mercado está cada vez mais concorrido. E nem sempre os colégios que cobram preços caros são os que melhor qualidade de ensino oferecem".