Os armazéns da Angoalissar, no Cazenga, onde o saco de arroz está a ser vendido a 10 mil Akz, o que é "preço da igreja" comparado com os 13 mil nos restantes abastecedores, tem vivido uma forte pressão nos últimos dias, havendo mesmo registo de situações caóticas porque as pessoas procuram chegar o mais rápido possível para garantir que conseguem comprar o que pretendem.

As enchentes surgem logo às primeiras horas do dia porque a venda de arroz a este preço obriga a que as pessoas possam levar apenas três sacos por cliente de forma a minimizar o aproveitamento que pode ser feito por algumas pessoas que ali vão para poderem revender a mercadoria.

Este tipo de ajuntamento de pessoas em busca de um bem alimentar, segundo contaram algumas das pessoas que o NJOnline encontrou hoje no local, era comum no tempo da guerra mas há muitos anos que não era visto com esta dimensão.

"Este País esta piorar dia após-dia, não percebemos como é que o arroz está a subir desta forma", lamentaram alguns dos clientes deste armazém.

De recordar que em princípio do mês de Outubro, o saco de arroz de 25 kg, era vendido a 6.000 kwanzas, já no final do mesmo mês, passou a custar 10.300 kz. Esta semana o mesmo está a ser comprado a 13.000 kwanzas em vários locais.

Esta situação está a obrigar as famílias a recorrer à prática de "sociedade" - juntar dinheiro para adquirir o saco e depois dividir proporcionalmente o conteúdo - para aquisição de um saco de arroz, coisa que há muitos anos não sucedia desta forma e por falta de alternativa das famílias.