O Serviço de Migração e Estrangeiros acusa os "intermediários", pessoas que se oferecem para tratar documentos junto das instituições públicas, em troco de valores, de estarem na base das supostas reclamações.

Cidadãos discordam é dizem que o problema está mesmo no SME que não está a fazer a entrega há meses do documento.

Honorato Bravo e Domingos Paulo, dois utentes com quem o Novo Jornal conversou no posto do SME do Cazenga, disseram que deram entrada das suas documentações em Setembro do ano passado, mas que até agora não receberam o passaporte.

No posto da Ingombota, outros cidadãos disseram que estão na mesma situação e que já não sabem mais aonde correr.

Paulo Joaquim, de 54 anos, diz que o eu filho ganhou uma bolsa de estudo para o exterior do País, mas está prestes a perdê-la por não conseguir o passaporte.

"Já reclamei várias vezes e nunca obtive resultados. Apenas me pedem para aguardar. Mas aguardar até quando? Não sei o que vou fazer se a minha filha perder a bolsa", lamentou, acrescentando que deu entrada do processo nos mês de Novembro.

Venâncio Damião diz que pretende fazer consulta do exterior, mas lamenta o facto de estar há 10 meses à espera do passaporte.

Sobre a demora dos passaportes, o Novo Jornal contactou o gabinete de comunicação institucional e imprensa do SME, para o devido esclarecimento, mas o seu porta-voz, Edson Fernando, não se mostrou disponível.

Em declarações à imprensa, no mês passado, o director do SME, comissário de migração João da Costa Dias, disse que o País tem material suficiente para emitir por dia 1.500 passaportes ordinários e serem entregues no prazo estabelecido por lei (15 dias).

O responsável garantiu que não há atrasos na emissão de passaportes e culpou os "intermediários" de serem os culpados dos atrasos dos passaportes de muitos dos cidadãos que reclamam.